Artista do Desastre já está em nossos cinemas e creio que você já leu nossa resenha delfiana sobre ele, certo? Pois bem, nela fiz uma pequena introdução sobre The Room, o aborto cinematográfico que tornou possível a existência do longa dirigido e estrelado por James Franco.
Também expressei minha humilde opinião quanto à obra de Tommy Wiseau. Mas ela acabou virando tão cult que acho que vale a pena falar um pouco mais sobre ela, afinal, é um complemento obrigatório ao filme de Franco.
The Room conta a história de Johnny, um banqueiro bem-sucedido que mora em São Francisco com sua noiva, Lisa. Aparentemente, ele tem tudo que alguém poderia querer: um bom emprego, uma boa casa, muitos amigos, o amor de sua vida e é bem quisto por todos.
Porém, sua vidinha perfeita começa a desmoronar quando Lisa decide que está enjoada do chato Johnny, que não o ama mais, e começa a dar em cima de Mark, o melhor amigo do cara. Daí… bem, daí veja o filme por si mesmo.
Lendo essa sinopse, parece um filme bem normal, certo? Na verdade, parece até uma produção nada de mais. E seria, não fosse a extrema ruindade com que a coisa toda foi conduzida.
O roteiro é cheio de diálogos desconexos e sem sentido, a direção é amadora (para dizer o mínimo), as atuações são canhestras, as cenas de sexo são constrangedoras (e pontuadas por algumas das canções mais bregas de todos os tempos), a cenografia parece ter criado, ao invés da casa de uma pessoa comum, o cenário de um soft porn da Sexta Sexy, e por aí vai.
Aliás, foi isso que o filme mais me lembrou, uma produção pseudoerótica da Sexta Sexy, daqueles com uma historinha e atuações ridículas, só que este é estrelado por um cara deveras feio.
Nada faz sentido no filme, subtramas são mal exploradas ou completamente esquecidas na metade do caminho, os personagens passam grande parte do tempo jogando uma bola de futebol americano uns para os outros como se fossem crianças, as reações deles a determinadas situações desafiam a lógica. Enfim, nada se salva.
Ainda assim, como já disse antes, ele acabou ganhando status cult após repetidas exibições nas chamadas sessões malditas da meia-noite. Os fãs dessa tosqueira aprontam uma algazarra nas exibições, atirando colheres de plástico na tela (trata-se de uma das decorações da casa de Johnny) e jogando bolas de futebol americano entre eles.
Enfim, quem ainda não viu, e quiser conhecer esta desgraça completa (afinal, vai que, diferente de mim, você acaba se divertindo?), embora ele nunca tenha sido lançado oficialmente no Brasil, pode ser facilmente encontrado na Argentina. Se você dispõe de 99 minutos de sua vida e quiser arriscá-los com The Room, manda brasa!