O filme mais recente da Múmia, aquele com o Tom Cruise, é um daqueles casos “todo mundo falou mal e só vocês falaram bem”. Embora isso nunca aconteça de propósito (em geral a gente ainda não sabe qual vai ser a opinião da crítica quando escrevemos as nossas), isso demonstra como o DELFOS é diferente dos outros sites. Se você quer uma crítica padrão, vá para um site padrão, pois aqui a gente forma nossas opiniões independente do status quo.
The Mummy Demastered é um jogo baseado no polêmico filme supracitado. Quer dizer, baseado naquelas. Ele é sim, licenciado pela Universal, mas sua parca história pouco ou nada tem a ver com o filme. Basicamente, você é um soldado da Prodigium caçando a princesa Ahmanet. Você recebe ordens do Henry Jekyll, que tem a cara do Russel Crowe, mas as semelhanças param por aí.
EU DIGO METROID, VOCÊ DIZ…
O jogo é um metroidvania bastante semelhante aos clássicos. Você sempre tem um objetivo marcado no mapa, mas precisa navegar o labirinto corretamente para chegar até lá. As áreas já exploradas ficam marcadas no mapa para você voltar depois, com novas habilidades, e pegar itens e upgrades. É tudo imediatamente familiar, sem acrescentar nada de relevante à fórmula.
Você começa pulando e atirando, mas não demora para ganhar upgrades de mobilidade, granadas e novas armas. Sua arma padrão tem munição infinita, mas todas as outras são limitadas. Você vai passar a maior parte do tempo usando o assault rifle, a primeira arma mais pintuda que vai encontrar, pois ela é bem eficiente e há bastante munição.
Quando você chega no seu objetivo costuma rolar um chefe, em geral enorme. Mate-o e um novo objetivo aparecerá.
O jogo é totalmente retrô, lembrando bastante o funcionamento do próprio Castlevania: Symphony of the Night. Ele também puxa uma mania chata do Nintendinho (me lembro especialmente de Ninja Gaiden), que faz com que seu personagem dê um pulinho para trás quando atingido. Para um jogo cheio de plataformas pequenas e com progressão bem vertical, isso frequentemente causa um retrocesso considerável na fase. Prepare-se para xingar muito no Twitter.
Nesta época de grandes lançamentos, eu demorei um pouco para conseguir jogar The Mummy Demastered, e este foi um caso contrário ao do filme: a mídia falou tão bem dele que eu estava com expectativas bem altas. Apesar de não considerá-lo especialmente bonito, ele parecia ter um gameplay bem divertido.
VANIA!
E sim, o gameplay é legal. Você pode atirar em várias direções enquanto se movimenta, e tem um botão para atirar sem se movimentar, o que é uma mão na roda para mirar na diagonal. Porém, a falta de novidades e a apresentação audiovisual fizeram com que o jogo não me empolgasse.
Metroidvania é um gênero bem comum atualmente, e nem todos conseguem atingir o nível de um Strider ou Guacamelee!. Então sim, eu me diverti em uma quantidade bastante aceitável enquanto jogava, mas seria errado dar a entender aqui que ele me empolgou em algum momento.
Ele traz uma novidade ao gênero, que é a forma de lidar com sua morte. Ao morrer, seu personagem é trazido de volta à vida pela princesa e fica ali zanzando, como um zumbi. Você reaparece no save point como um outro soldado sem nenhum dos seus upgrades. Para recuperar tudo, precisa caçar o presunto do herói anterior e matá-lo. Só que ele vai usar todo o seu equipamento contra você.
Em outras palavras, não é opcional. Ao bater as botas, precisa voltar para onde morreu e matar o chefinho para poder voltar a progredir. Isso tem potencial de ficar bastante frustrante se você não jogar bem. Não cheguei a morrer nenhuma vez antes de matar meu eu anterior, então não sei se ele chega a sumir, como a experiência em Dark Souls. Isso quebraria o jogo, então não acho que deve funcionar assim.
ZOMBIE-EGO
O que realmente vai incomodar é que você normalmente morre nos chefes (eu só morri uma vez no meio do caminho, e foi porque eu me enfiei em um lugar que ainda não era para entrar). E se você usou toda a munição das armas mais potentes antes de morrer, vai pegar as armas de volta, mas terá que se virar com a arminha padrão.
Isso não chegou a ser um problema grave. As batalhas contra os chefes são bem planejadas, o que significa que com um pouco de calma você consegue escapar dos ataques sem grandes problemas. O único que me deu problema foi o dinossauro peludo aí embaixo.
Neste, admito que fiquei um pouco preocupado se conseguiria matá-lo sem as armas mais potentes, mas de resto foi tranquilo e com um pouco de paciência nenhum dos chefes parece difícil demais.
THE MUMMY DEMASTERED
Uma coisa legal são as estatísticas que ele mostra ao terminar o jogo, especialmente para quem quer saber quanto ele dura e quão difícil é. Estas são as minhas.
Como você pode ver, eu morri apenas cinco vezes (sendo que só uma não foi em chefe), então diria que o jogo é relativamente fácil. Minha campanha durou quase cinco horas, isso comigo explorando bastante o mapa. Ainda assim, segundo os troféus, teve dois upgrades que eu não achei. Fiquei indignado com isso e fui ver meu mapa final para ver onde não tinha explorado.
Depois de terminar o jogo, você pode carregar seu save mais recente, que vai colocá-lo próximo ao chefe final. No caso, bem distante do último ponto de fast travel, o que significa que eu fiquei com preguiça de explorar os três por cento restantes. Seria legal se houvesse um fast travel próximo ao save final, como costuma acontecer no gênero, mas não é o caso.
The Mummy Demastered é um jogo de mediano para bom. Ele merece ser jogado, mas por algum motivo, resolveu ser lançado em meio à época de lançamentos mais concorrida. Isso provavelmente vai fazer com que acabe passando despercebido para muita gente que poderia curtí-lo. Se você curte metroidvanias, este não é o melhor deles, mas não faz feio e traz cinco horas de uma boa diversão.
