Tenebris Pictura é o novo jogo da Pentadimensional Games, que você talvez se lembre como a empresa que criou Megaton Rainfall. Apesar da data de lançamento muito mal escolhida, perto de tudo que é jogo grande do ano, Tenebris Pictura parecia interessante o suficiente para carvar um espaço entre os games indie.
TENEBRIS PICTURA
Tenebris Pictura tem uma mecânica interessante, que envolve entrar e sair de quadros. Porém, nas três horas que passei com o jogo, isso aconteceu apenas no tutorial. Depois dessas três horas, o que parecia um game intrigante e criativo estava apenas se tornando repetitivo e… bem, pentelho.
O início tem bastante história. Apesar de seus diálogos serem apenas em texto, conhecemos um caçador de demônios e fantasmas que é chamado por um amigo antigo para encontrar sua filha desaparecida. Depois de investigar a casa do caraíba, algumas fases abrem no mapa. Cada missão que você faz abre mais pontos de interesse, que podem ser lojas ou outras fases. E aí acabou a história.
Basicamente, depois da intro, você fica apenas escolhendo e fazendo as fases – e logo fica com mais de uma dezena delas para escolher. Depois de fazer um monte de fase, fica de noite, e daí você deve escolher onde dormir. Sua escolha vai afetar o diálogo que vai ter antes de repetir o que passou o dia anterior fazendo. Mas o que você passou fazendo?
A ROTINA DE TENEBRIS PICTURA
Pelo que eu joguei, há dois tipos de fase: puzzles e plataforma. Nas de puzzles, que parecem ser a maioria, você precisa inventar jeitos de conseguir passar por chãos perigosos. Isso pode ser através de luz ou mesmo de pular entre os espaços no timing certo.
A pegada é que o herói é capaz de fazer projeção astral, e seu espírito tem alguns poderes bacaninhas, como socar lâmpadas para acendê-las ou mesmo possuir um poste para movimentá-lo para um lugar mais útil.
PLATAFORMA
As fases de plataforma são mais diretas, mas ainda é um plataforma cabeçudo, digamos assim. Não são apenas testes de reflexos, como num jogo do Super Mario. Você precisa pensar em como progredir, criando pontes de luz nos lugares certos, aproveitando a força do vento para pular mais longe, ou fazendo um laser malvado destruir as pedras que bloqueiam seu caminho.
Independente do tipo de fase, cada uma delas termina com um único combate.
COMBATE
O combate é feito através da projeção astral, e é simplesmente muito ruim. Você deve colocar um quadro no chão, que funciona como as armadilhas dos Caça-Fantasmas. Daí deve porrar os fantasminhas até eles ficarem com pouca vida perto do quadro, quando serão sugados.
Tem uns superpoderes, com usos estratégicos, como uma parede que serve para separar os grupos. Porém, seu personagem é extremamente frágil e vulnerável, e os controles para usar essas ferramentas são confusos. As fases podem até ser bacanas para quem curte puzzle plataformas, mas acho muito difícil que alguém realmente ache que o combate acrescenta algo ao jogo.
CONTEXTO
No final das contas, eu estava jogando fases aleatoriamente, sem nenhum contexto e sem curtir as mecânicas. Em especial, a mecânica com a qual eu realmente queria brincar, de entrar e sair das pinturas, simplesmente não apareceu em todo o tempo que joguei. Como ele deixa você jogar as fases em qualquer ordem, pode ser que por acaso eu tenha escolhido as menos interessantes, mas esta foi minha experiência.
Os próprios troféus são estilo coletaton, sem sinal de progressão. Ao terminar cada fase, você ganha alguns McGuffins, e os troféus são todos do tipo “pegue 10, 20, 30 bagulhos”. Talvez, como em Super Mario 64, a campanha vá acontecendo conforme você coleta McGuffins, mas simplesmente nada aconteceu no meu jogo depois da introdução. Como as mecânicas em si não estavam me divertindo, acabei optando por parar depois de umas três horas. O que, cá entre nós, foi o suficiente para ver que Tenebris Pictura não é para mim.
