Essa deve ser a época preferida do “crítico de cinema padrão”. Claro, as distribuidoras aproveitam a proximidade do Oscar para lançar todos os Oscarizáveis juntos. E isso torna a vida de um “delfiano padrão” um inferno. Por outro lado, o inferno para o crítico padrão é o verão estadunidense, que é quando a gente aqui mais se diverte. 🙂
Você lembra das aulas de geopolítica da faculdade? Quase nada, certo? Mas você lembra ao menos se você gostava? Se gostava, Syriana é o filme para você. Agora se você era como eu que considerava português e inglês as únicas matérias importantes (e de fato são as únicas que uso no meu dia a dia), vai morrer de tédio. Mais ou menos como fazia nas aulas de geopolítica.
Syriana é uma junção de várias histórias, quase completamente independentes. A única relação entre elas é que todas se passam no Oriente Médio. Tem a história do Matt Damon (a melhor), a do George Clooney e assim por diante. Todas as histórias tratam da disputa pelo petróleo da região. Mas não espere cenas de ação ou grandes revelações. O que temos aqui são apenas conversas tratando de assuntos burocráticos e das relações entre os países, normalmente citando os EUA e seus interesses como os grandes vilões que impedem outras nações de se desenvolverem. Enfim, nada de novo. Pior, o tom das conversas é tão técnico que realmente afasta qualquer interesse que uma pessoa normal possa ter por esse filme. A não ser que você tenha um instinto masoquista ou realmente se divirta assistindo aulas, palestras e coisas do tipo, passe longe.
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