Poucas coisas me deixam mais animado do que um novo jogo do Super Mario. E, claro, eu sei que Super Mario 3D World não é novo. Porém, ele é novo para mim. Este relançamento inclui um port de 3D World do Wii U, com um novo jogo bônus chamado Bowser’s Fury. São dois jogos. Portanto, assim como fiz quando o Therion lançou Lemuria / Sirius B, farei diferente de todos os outros sites e criarei dois textos. O de hoje é a análise Bowser’s Fury.
ANÁLISE BOWSER’S FURY: O QUE É ISSO?
Quando a Nintendo divulgou que o port de Switch de Super Mario 3D World viria com algo chamado Bowser’s Fury, ela não disse o que seria isso. Todo mundo deduziu que seria alguma modalidade de jogo extra, mas que não acrescentaria muito ao pacote. Cara, como estávamos enganados.
Bowser’s Fury é, literalmente, um jogo extra. Ele usa modelos, power ups, inimigos e chefes de Super Mario 3D World, mas é muito mais do que um simples pacote de expansão. É, sim, um novo jogo 3D do Super Mario, um que traz novas ideias, um level design único mais próximo de um mundo aberto e que é simplesmente uma delicinha. Também é mais curto do que um jogo 3D tradicional do herói. Eu comecei a jogá-lo lá pelas nove da manhã e, com algumas pausas, às 17 horas, consegui fazer 100%.
Então, embora eu não recomende isso caso você não esteja maratonando para fazer cobertura, Bowser’s Fury é totalmente terminável em um único dia.
ANÁLISE BOWSER’S FURY: MUNDO ABERTO
Bowser’s Fury é o primeiro jogo do Mario em mundo aberto. Ao invés do estilo “mapas independentes” de 64 ou Odyssey, aqui há um único mapa. Este é dividido em ilhas, e você pode ir de uma para outra montando no Plessie, um simpático bichinho que faz as vias de um cavalo aquático.
Cada ilha é uma “fase”, com cinco shines em cada. Alguns desses shines envolvem atravessar a fase, mas todas as ilhas têm alguns que se repetem como, por exemplo, pedras que devem ser quebradas pela fúria do Bowser.
ANÁLISE BOWSER’S FURY: BOWSER TÁ BRAVINHO!
Pois é, o gimmick de Bowser’s Fury é que a cada seis minutos, um Bowser gigante aparece e começa a te atacar. Para fazê-lo recuar, você pode esperar uns 90 segundos, ou então pegar um shine qualquer.
Eventualmente, depois de pegar uma certa quantidade de shines, o Giga Bell será liberado. Este é um power up que transforma o Mario em uma versão gato super sayajin, e possibilita encarar o Bowser gigante de igual para igual.
Esta boss battle é a única de Bowser’s Fury que não está presente em 3D World, mas ela se repete várias vezes ao longo da campanha, com pequenas alterações.
Esses ataques cronometrados do Bowser são, a meu ver, o ponto mais fraco do jogo. Tem várias horas que você está no meio de um desafio de plataforma complicado e ele ataca. Em outras ocasiões, você fica simplesmente parado na frente das “pedras do Bowser” esperando ele vir para poder pegar o shine escondido ali.
Particularmente, o jogo seria muito mais agradável se o Bowser aparecesse em momentos específicos da campanha (tipo quando você juntasse uma quantidade X de shines). Ou, então, se desse para chamá-lo quando você quisesse (isso é possível se você tiver um Amiibo do Bowser).
MARIO E SUA MARIEDADE
Felizmente, quando Bowser não está sendo inconveniente, o jogo é uma delicinha. Todas as ilhas são legais e trazem mecânicas que não se repetem. Você também pode carregar cinco de cada power up a qualquer momento, e isso é uma tremenda mão na roda. Tanto que vou até começar um parágrafo novo em folha só para falar disso.
Lembra no 3D World, quando você tinha que, por exemplo, levar um power up de gato de uma fase para outra para abrir um segredo? Pois essa mecânica de guardar power ups resolve totalmente isso. Precisa do gato e está com o Fire Mario? Com um único botão dá para se trocar e ter a habilidade necessária. Isso aumenta tanto a qualidade de vida que me surpreenderia se não fosse usado em futuros jogos do encanador.
Sem falar que também ajuda bastante na dificuldade. Está longe do checkpoint, mas levou uma porrada e ficou pequeno? Basta usar um power up para recuperar sua vida e ganhar um novo fôlego até o próximo shine.
SHINES ALEATÓRIOS
A parte menos agradável da minha campanha, na verdade, veio depois que eu já tinha completado todas as ilhas, mas ainda me faltavam alguns shines para fazer 100%. Isso porque tem um monte de shines escondidos no lago ou em pequenas ilhas. Alguns desses são auto explicativos, basta ir até o lugar marcado que você descobre o que precisa fazer. Mas outros são bem mais escondidos. E, ao contrário dos shines das ilhas principais, você não vê os nomes desses até coletá-los, o que deixa difícil encontrar guias online para um shine específico.
Isso é comum em todos os Marios. Quando o jogo “termina” pela primeira vez, você quer jogar mais. Daí continua jogando, mas antes de fazer 100%, ele fica chatinho. A boa notícia é que, como Bowser’s Fury é mais compacto, ele não chega a encher o saco mesmo para quem quiser fazer 100%. Eu me diverti muito pegando pelo menos 80 dos 100 shines, e os que faltaram peguei em menos de uma hora. Mas estaria sendo omisso se não deixasse claro que, perto do final, eu já estava querendo que o jogo acabasse.
PERFORMANCE
Não posso encerrar esta resenha sem comentar a performance. Isso porque Bowser’s Fury parece ser mais pesado do que o Switch consegue aguentar. Durante os ataques do Bowser, por exemplo, é comum o jogo ficar em câmera lenta. Não são simples quedas de framerate, é literal câmera lenta mesmo, algo que não me lembro de ter visto desde Ninja Gaiden 2 no Xbox 360. Isso é bastante incômodo, e bastante frequente. É algo, sinceramente, inesperado em um game desenvolvido pela Nintendo, ainda mais em um título do Mario.
Também chama a atenção a quantidade e frequência de telas de carregamento. Os jogos do Mario sempre tiveram algum tipo de carregamento, mas eles são tão disfarçados que você quase não percebe (veja no próprio Super Mario 3D World, por exemplo). Aqui tem literalmente telas pretas com pequenas animações no canto acontecendo com frequência.
A FÚRIA DO (DOUG) BOWSER
Até pelo seu status mais compacto, eu diria que, surpreendentemente, gostei mais do meu tempo com Bowser’s Fury do que com Super Mario 3D World. Graças ao seu tamanho, ele é menos repetitivo, e isso o torna mais divertido enquanto ele dura. Além disso, ter um jogo do Mario em um único mapa aberto é uma novidade bacana. Não é algo que eu gostaria de ver em TODOS os Super Marios lançados de agora em diante, mas eu sem dúvida gostaria de ver mais alguns com esta fórmula.
O que seria realmente interessante é que a Nintendo se permitisse lançar jogos menores do Mario, como Bowser’s Fury, e vendê-los a preços mais baixos também. Particularmente, eu adoraria ter novas aventuras do encanador com maior frequência, e jogos mais curtos e com menos conteúdo parecem ser um bom caminho para chegar nisso sem comprometer a qualidade.
IT’S ME, MARIO!
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