Duas semanas atrás, na resenha de Labirinto de Mentiras, falei que a Segunda Guerra Mundial é usada de pano de fundo ou tema principal para diversos filmes com os mais variados resultados. E até por causa desse excesso de uso, histórias com a grande guerra como foco tendem a cansar quando não são bem contadas e quando aparecem com tão pouco intervalo de tempo umas das outras.
Pois o já citado Labirinto de Mentiras é uma das que consegue ser um bom filme utilizando o tema arroz de festa de uma forma pouco explorada pela sétima arte. Contudo, já falei tudo isso na resenha do dito cujo. O que importa aqui é que temos mais um filme de Segunda Guerra em nossas salas (inclusive pela mesma distribuidora), só que esse aqui não se sai tão bem.
Lucile (Michelle Williams) é uma jovem de uma cidadezinha francesa que mora com a sogra megera e cujo marido está fora lutando na guerra. Logo, contudo, a França é derrotada e os alemães invadem o local, forçando os moradores a darem abrigo para os oficiais e soldados em suas casas.
Assim, Lucile e a sogra ganham um roommate indesejado na figura do oficial Bruno (Mathias Schoenaerts), que se esforça para respeitar as duas mulheres e tornar sua estadia na casa delas o menos intrusiva possível. Daí, com a convivência forçada, vai pintar um clima entre Lucile e Bruno.
Apesar do que a sinopse pode dar a entender, não se trata de um filme estritamente romântico, e esse fato de não tomar necessariamente o caminho mais óbvio até confere à produção alguns pontos a favor, com trechos mais movimentados e alguns momentos que exploram mais a tensão, com a convivência forçada entre franceses e alemães sempre passando a sensação de que algo pode sair do controle e descambar para a violência a qualquer momento.
Contudo, mesmo com esses predicados, o longa em si é bastante prejudicado por seu ritmo arrastado, que torna a experiência de assisti-lo bastante cansativo, e em vários momentos minha atenção se dispersou por conta do ritmo devagar quase parando do negócio.
E embora ele nem sempre tome os caminhos mais óbvios na condução da trama, isso também não quer dizer que ele não se utilize de clichês do gênero, coisa que ele faz e que, aliado ao problema de ritmo, faz com que a produção, que até tinha potencial para ser um bom representante do estilo, acabe apenas como um filme nada.
Desta maneira, se você ainda não se cansou de filmes sobre a 2a Guerra Mundial e assiste a todos que aparecem, e também não se importa com produções de andamento vagaroso, pode ser que aprecie mais este Suite Francesa. Se você não se encaixa nesta categoria, é bem capaz que Labirinto de Mentiras ainda esteja em cartaz. Este sim é uma aposta bem mais garantida.