Seria Sucker Punch o novo Scott Pilgrim? Vejamos, são ambos filmes com alto teor de nerd pride, estética chupadaça de videogames e um monte de mulheres lindas no elenco. Mais do que isso, esses fatores os tornaram alvos de um hype quase inalcançável dentro do nosso nicho por serem, ora, filmes de nicho, feitos especialmente para nós. E UNICAMENTE para nós.
Por causa desse motivo, Scott Pilgrim foi um fracasso comercial. Sucker Punch ainda não estreou em nenhum lugar do mundo (a estreia mundial é amanhã), mas não estranharia se faturasse tão pouco quanto o seu precursor de hype. Pelo menos esse não está ameaçado de não passar nos nossos cinemas.
A HISTÓRIA
Aqui acompanhamos Baby Doll, uma beldade que é levada a um manicômio/bordel e tem cinco dias para escapar dali, ao lado de outras quatro beldades que acabou de conhecer. Felizmente, ela tem um superpoder. Quando ela dança, os homens ficam completamente hipnotizados, permitindo que as moçoilas façam o que quiserem com eles.
PORNÔ NERD
Como todo mundo já imaginava, a história é mínima e pouco importante. Os personagens são tão pouco desenvolvidos que é difícil ter qualquer sentimento por elas além de um tradicional “com qual eu faria miséria primeiro”.
Se Crepúsculo é um pornô feminino, Sucker Punch é, conforme esperado, um pornô nerd.
Não só temos cinco protagonistas extremamente desejáveis (além da sempre tremendona Carla Gugino como coadjuvante) em trajes sumários, como toda a estética do filme e mesmo as cenas de ação são referências e reverências à estética e lógica dos games.
Vejamos, uma oriental com calça sem fundilhos pilotando um Mech gigante (com um coelhinho rosa desenhado na frente) destruindo zumbis nazistas? Videogame! Em uma outra cena, temos a Baby Doll trajando um fetichista vestido de colegial japonês (ao melhor estilo Sakura, de Street Fighter) em uma luta de espadas contra samurais gigantes.
Por que ela usa um vestidinho para a batalha? Por que a Amber usa uma calça sem fundilhos? Se você pensou nisso ao ler o parágrafo acima, não gaste seu dinheiro em Sucker Punch. Se, por outro lado, você salivou e gritou hell, yeah ao ler a descrição, relaxe, você vai adorar! História e trajes que fazem sentido, no final das contas, são para os fracos. E para quem nunca jogou videogame. Nós, que jogamos desde a infância, estranhamos é quando vemos uma mulher usando calças ou armaduras para a batalha. “Ué, como assim ela não está apenas com um biquininho minúsculo?”, pensamos ao ver filmes pretensamente sérios.
Mas falando sério, se você não gosta de videogames ou não jogou o suficiente para ser absorvido pela estética da décima arte (inventei isso agora, será que pega?), não vai entender p%$ra nenhuma em Sucker Punch. Tal qual o próprio Scott Pilgrim, este é um filme que só faz sentido para quem tiver o repertório que ele evoca. Sem isso, vai parecer coisa para nerds onanistas (o que, convenhamos, não está longe da verdade).
E não é apenas em trajes ou nas cenas de luta que essa estética fica clara, mas no próprio design dos personagens. Em uma cena em que vemos um dos vilões em primeiro plano, é inegável que a inspiração para ele foram os Helghasts de Killzone.
E as cenas de ação são o que Sucker Punch traz de melhor. Independente do fato “games”, a estética é linda e Zack Snyder mostra que realmente sabe filmar porrada. Sem falar no visual, lindo e estilizado. Não tem nenhuma cena aqui que pareça com a nossa realidade, por exemplo.
Mas o melhor mesmo é perto do final, a luta contra os robôs. Essa cena é um longo plano-sequência, com mudanças de perspectiva, viradas de câmera, trocas de personagens e até de ambientes, tudo sem corte nenhum. É uma das coisas mais bonitas que já vi no cinema e, se fizermos um Melhores Cenas de Ação de 2011, é quase certo que essa cena estará em primeiro lugar. É tão bonito e tremendão que quase que vale o ingresso por si só! E eu adoro plano-sequências! m/
A ROTINA DE SUCKER PUNCH
Pois é, assim como Scott Pilgrim, Sucker Punch também estabelece uma rotina. O plano de fuga das meninas consiste em algumas partes, e todas elas dependem da dança da Baby Doll. Sempre que ela dança, o cenário muda do bordel para alguma fase famosa de videogame (guerra, zumbis, dragões, medieval, etc) e temos uma sequência de ação. Depois, volta para o bordel e a história avança um pouquinho, até a próxima dança.
Assim, cada uma dessas “danças” é uma cena de ação independente e sem nada a ver com as outras, assim como as lutas contra os namorados malvados da Ramona. E não, Zack Snyder não nos deixa ver a tal dança tão sexy que leva os homens às lágrimas.
Admito também que fui surpreendido ao final, pois não esperava que um blockbuster nerd de verão terminasse de forma tão… pesada.
SCOTT PILGRIM VS. SUCKER PUNCH
Não dá para escapar, Sucker Punch e Scott Pilgrim são dois lados da mesma moeda. O segundo era um filme ruim que se tornava divertido por suas referências e estética. Sucker Punch não é tão ruim quanto Scott Pilgrim e é tão divertido quanto. Porém, eu entenderia completamente se mulheres ou pessoas não familiarizadas com sua estética não vissem graça nele.
Estou curioso para saber se Sucker Punch será um fracasso ou um sucesso comercial. De qualquer forma, isso não deve interferir na sua opinião sobre ele. Se você gostou de Scott Pilgrim, é certeza que vai pirar o cabeção aqui. Se não gostou porque achou que as moças usavam roupa demais, Sucker Punch foi feito para você.
Mas o mais importante de tudo: como para nós, nerds, Sucker Punch é um filme legal, agora resta esperar a Ayaya mandar as fotos do cosplay dela para nós! =P
CURIOSIDADES:
– Hora da verdade: com qual das moças você faria miséria? Respostas nos comentários. Enquete aberta para meninos e meninas.
– Eu escolheria a Baby Doll pela boca, a Amber por ter o corpo mais curvilíneo (as outras são muito magras) e a Rocket porque curto o estilinho dela, embora ache que sem esse cabelo e essas roupas, ela ficaria completamente genérica. Só que eu trocaria todas elas pela Carla Gugino! =D
– A Blondie (que não é loira) não parece irmã do Blackie Lawless dos anos 80? =P