Durante todo meu tempo com Spirit of the North 2, eu achava que tinha jogado o primeiro. Lembro muito bem de um jogo de raposas em que você buscava os filhotes. Porém, ao fazer uma busca nos meus arquivos, não o encontrei. O jogo de raposa que joguei e cobri era outro, e não me lembro o nome (se você souber qual é, deixe um comentário).

SPIRIT OF THE NORTH 2

Isso quebrou minhas pernas, pois boa parte das coisas que ia falar eram comparativas. Por exemplo, Spirit of the North 2 é mundo aberto, e o que joguei não era. Tudo indica que Spirit of the North não era mundo aberto, mas como não joguei em primeira mão, não vou me estender nisso.

Uma boa forma de descrever Spirit of the North 2 é que estamos falando de um puzzle plataforma inspirado por Elden RingZelda clássicos. Com exceção de alguns chefes, não há combate e o jogo é bem sossegado. Você pode explorar o mundo aberto em seu próprio tempo, idealmente com calma e sem pressa. O jogo quase não guia sua exploração.

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Siga o risco vermelho para progredir na campanha.

Tem alguns riscos vermelhos no céu que levam a dungeons, fases mais lineares com um prêmio no final. Pelo que joguei, este prêmio costuma ser uma chave. Junte as chaves e abra a passagem para a próxima área do mapa. O problema é que entrar nos dungeons exige o uso de um wisp, uma criatura que até pode ser capturada no mundo aberto, mas cuja forma mais fácil e garantida é comprando por 150 dinheiros. É muito dinheiro. Especialmente porque…

MORTE É RARA, MAS PROBLEMÁTICA

O problema é que morrer faz você perder todo o dinheiro, o que nunca é uma boa ideia. Como os checkpoints ficam extremamente espaçados, muitas vezes voltar até o ponto de morte para pegar o dinheiro de volta é inviável. E adivinha só, foi justamente num desses momentos que eu desisti de jogar.

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A bolinha marcada “my grave” é onde ficou meu dinheiro. A setinha branca e laranja do outro lado do mapa é onde eu renasci.

Na imagem acima, a bolinha marcada “my grave” é onde ficou meu dinheiro. A setinha branca e laranja do outro lado do mapa é onde eu renasci. Nem a pau que eu ando tudo isso de novo. E nem a pau que vou continuar jogando sem dinheiro, uma vez que praticamente só consegui avançar comprando wisps. Apesar de não ter inimigos, há armadilhas, áreas venenosas e coisas assim. Além disso, dano de queda é ativo e implacável, então é muito fácil morrer por cair de um lugar que nem parece tão alto assim.

Mesmo antes dessa morte, no entanto, não estava empolgado. Eu demorei um bom tempo para sacar a rotina “pegue wisps, siga traço vermelho, vença dungeon, abra próxima passagem”. E até lá eu estava me sentindo jogando Wander. Basicamente, andando a esmo, indo na direção de coisas que chamavam minha atenção. Cá entre nós, eu gosto da minha diversão mais estruturada.

CHEFES EM SPIRIT OF THE NORTH 2

O único chefe que encontrei, e o único combate, foi um pássaro no final da extensa área linear que separava os dois trechos de mundo aberto que encontrei. Era uma batalha que envolvia prender o pássaro gigante em portas e tirar as coisas que o estavam machucando.

Contribui para minha falta de empolgação o fato de que este é um jogo de mundo aberto muito feinho. Até há cenários bonitos, mas os gráficos são tecnicamente muito fracos. Sinto que o visual seria bonito no papel, mas fica feio quando passado para pixels, como se as duas funções fossem feitas por pessoas diferentes de talentos dispersos.

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Você acha bonito?

Além disso, o jogo inexplicavelmente tem opções de qualidade e performance. Sinceramente, este não parece ser um jogo pesado, e seria de se esperar que o modo performance rodasse a 120 fps, mas roda a 60. É muito pouco para um visual bastante simples, e era melhor nem dar opção. Um jogo com este visual rodar a 30 fps no modo qualidade chega a ser ofensivo.

Eu gosto de jogos sossegados, low stress, e Spirit of the North 2 certamente mira nisso. Mas ele é aberto demais, esparso demais, e especialmente, punitivo demais com a combinação de seus checkpoints limitados, dano de queda e perda total da moeda vital para progredir quando morre. Eu joguei até não aguentar mais, então recomendo que você nem tente.