Serpentes a Bordo

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Está decidido. 2006 é realmente o ano para esse tipo de filme. Depois de Abismo do Medo e Menina Má.com, mais um bom filme de terror chega aos nossos cinemas. Eu sinceramente não acreditava que esse filme fosse atingir às expectativas. Como um filme que se chama Serpentes a Bordo pode fazer sucesso sem passar na Sessão da Tarde? Simples, a resposta é Samuel L. Jackson.

Um dos maiores mafiosos de Los Angeles, Eddie Kim (Byron Lawson) é pego pelo pós-adolescente Sean (Nathan Phillips) ao assassinar um promotor em férias nas ilhas. Sean é avistado pelos capangas do cara e foge. Quando esses mesmos capangas vão à casa do garoto para matá-lo ele conhece o badass Agente Flynn (Samuel L. Jackson), que está lá para protegê-lo. Os caras obviamente não conseguem matar o individuo e desistem temporariamente. Eles então descobrem o vôo em que o infeliz está e colocam cobras lá para matá-lo – afinal, essa é forma mais lógica de assassinar alguém que está em um avião, certo?

O filme é tudo o que você queria que fosse. Tem cobras, violência gratuita, nudez e até mesmo a frase mais clichê de filmes passados a mais de 9000 metros de altura: “Alguém aqui sabe pilotar um avião?”. Aliás, clichês e coisas previsíveis são o que você mais vai encontrar no filme, mas quem liga? Eu queria mesmo é que isso acontecesse. O filme é um clássico, o Trash/Filme B mais legal dos últimos tempos.

Você passa o filme pensando: “Eu quero que ele morra! Morre, desgraçado!” e eles matam o cara! O diretor David Ellis fez o que queria e não tentou esconder isso. Palmas para ele. Os clichês fazem você rir durante o filme inteiro sem serem estúpidos ou exagerados, até certo ponto. Ele criou uma base para que vejamos como um filme Trash pode ser quando é feito para o seu publico alvo, sem manhas.

A atuação não é das melhores e nem precisa ser. Mas eu devo ressaltar a presença de Kenan Thompson (Saturday Night Live) e Julianna Marguiles (ex-ER/Plantão Médico) que, apesar de interpretarem dois personagens clichês, fizeram um bom trabalho. Mas temos que admitir, o filme é sobre as cobras e o Samuel L. Jackson. E eles tiveram uma idéia bem legal de colocar o ponto de vista da cobra no filme.

Depois de meses de espera e de tudo o que aconteceu na Internet, o filme vale muito a pena. Sem falar que atinge o clímax com um momento já anunciado, um momento orgásmico, no mínimo. Quando a frase: “Enough is enough. I Had it with these motherfucking snakes on this motherfucking plane!” é proferida eu tive que morder meus lábios e me segurar na cadeira para não gritar: “Samuel, eu te amo!”.

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Nota
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. É o autor dos livros infantis "Pimpa e o Homem do Sono" e "O Shorts Que Queria Ser Chapéu", ambos disponíveis nas livrarias. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
serpentes-a-bordoPaís: EUA<br> Ano: 2006<br> Gênero: Terrir<br> Distribuidor: Playarte<br>