Segundo o sempre confiável instituto DataDelfos, eróticos 98,72% de todos os delfonautas curtem o humor britânico. Ainda segundo o mesmo instituto, os outros 1,28% que dizem não curtir estão entre os 2,333333333% de delfonautas que ainda não assistiram Monty Python em Busca do Cálice Sagrado. Como todos nós sabemos, assim que eles assistirem, teremos um total de 101,05333333333% de delfonautas que curtem as comédias da terra da rainha.
É um total espantoso, eu sei, mas convenhamos que não é lá muito surpreendente. Afinal, se alguém gosta do DELFOS, a possibilidade de ser um fã de humor nonsense é muito grande.
Santa Paciência não é nonsense, mas é britânico. E é tão inteligente quanto a maior parte do humor exportado pelo Reino Unido, embora, infelizmente, não seja tão bobo quanto o tradicionalmente esperado daquelas bandas.
Aqui conhecemos uma família de muçulmanos feliz e saltitante. Ou nem tanto. O problema é que o patriarca acaba descobrindo que foi adotado. E não apenas adotado, mas a informação de que seus pais biológicos eram judeus mexe com ele. Diante de tamanho pampeiro, ele resolve aprender sobre o judaísmo e, com isso, acaba se metendo em altas confusões envolvendo ambas as religiões.
Assim, o filme acaba servindo como uma boa desculpa para o roteiro explorar de forma bem humorada a intolerância religiosa, analisando as diferenças e semelhanças entre duas das religiões mais tradicionais e antagonistas da história. E faz isso bem. Não é um daqueles filmes que você fica com dor nos lábios de tanto rir, mas é divertido e conta com algumas piadas muito boas.
O lado negativo é que a história é bem básica e previsível, o que nos leva até a pensar que se trata de uma produção estadunidense roteirizada pelo Steve Screenwriter.
Não inova, mas é inteligente e divertido o suficiente para valer o ingresso. E diante das péssimas estreias que estamos vendo esse ano, acaba sendo um investimento bem melhor do que a maioria delas.