Tem duas coisas que nós gostamos muito aqui no DELFOS: ruivas e bacon. Mas mais relevante para o texto de hoje, eu gostaria de destacar a beleza de duas outras coisas: jogos old-school e explosões. Rive é um joguinho totalmente old-school e conta com explosões a rodo. Curiosamente, ele é bem diferente do que eu esperava.
Eu sabia que ele era um shoot’em up, mas esperava algo mais na linha de um Livelock. Surpreendi-me positivamente quando o jogo começou e percebi que ele era um sidescroller. E quanto mais jogava, mais percebia o quanto ele lembrava o clássico Metal Slug, até mesmo nos seus gráficos que lembram bastante os do Neo Geo.
Além de usar a alavanca direita para atirar, você também vai passar boa parte do seu tempo pulando entre plataformas. Aqui entra o principal problema de Rive: decidiram colocar o L2 como botão de pulo, enquanto os botões da frente do controle são usados para selecionar as armas especiais. O jogo simplesmente funcionaria melhor se as armas fossem selecionadas nos direcionais e o X pulasse, mas não existe essa opção.
Você até acostuma com o layout bizarro, mas em partes de pulos mais intensos, como em uma parte em que o caminho vai se enchendo com lava, com certeza vai sair com o dedo doendo.
O jogo alterna bem trechos em plataforma com momentos de tiro, e ambos vão exigir uma grande destreza dos seus dedos. Não é à toa que o modo campanha de Rive tem o nome de “Hard Mode”. Felizmente, os checkpoints são em sua maioria bem colocados (às vezes até no meio de batalhas mais longas) e você retorna ao jogo sem telas de loading, o que diminui a frustração das centenas de vezes que você vai inevitavelmente morrer.
Além de atirar e pular, você também pode hackear inimigos. Hackeie um turret e dobre seu poder de fogo. Hackeie um trem e… bem, hackeie e descubra! Tem até alguns poucos momentos em que Rive vira um jogo de navinha tradicional, com autoscrolling e tudo, na melhor tradição R-Type. Os dois personagens do jogo, o protagonista barbudo machão e um robozinho, são grandes fãs de games e ficam o tempo todo fazendo piadas relacionadas. Por exemplo, tem uma hora que o barbudão fala que essa visão sidescroller possibilita que ele mate inimigos atrás dele numa boa. “Não sei como os caras do FPS fazem”, completa.
O humor de Rive combina muito bem com o seu jeitão de jogo antigo. Os dois personagens relembram jogos clássicos, fazem referências e até criticam as microtransações dos jogos modernos. Só que você tem que prestar atenção, pois a ação é tão caótica e rápida, e as piadas tão frequentes que é inevitável perder algumas.
Tirando o layout do controle, o único problema no jogo é seu som. Ele poderia ter uma trilha sonora chiptune marcante, e em alguns momentos até rolam uns temas legais, mas na maior parte do tempo o som é bem esquecível e você quase não ouve a música em meio aos tiroteios e explosões. Este é um problema bem menor do que o pulo no L2, no entanto.
Eu gostei bastante de Rive. Foi uma diversão bem acelerada, que com certeza vai agradar os fãs de jogos como Contra e, em um maior grau, Metal Slug. Minha campanha durou quatro horas e meia bem intensas, nas quais eu disparei mais de 80 mil balas e morri 271 vezes. Mas ei, você deveria ver o outro cara!