A ideia de um relançamento é valorizar de novo algo antigo e desvalorizado. Em alguns casos, o resultado é o contrário. Zero The Kamikaze Squirrel, relançamento do jogo de SNES (também disponível para Mega Drive em outra versão não incluída aqui) é tão fraquinho que faz você perceber como games na linha de Sonic Super Mario estavam à frente do seu tempo na época em que era tudo mato.

REVIEW ZERO THE KAMIKAZE SQUIRREL

Zero the Kamikaze Squirrel, Zero, Sunsoft, Aero the Acro-Bat, Delfos
Esta imagem lembra Sonic, mas a sensação de jogar é tão pior.

Zero the Kamikaze Squirrel é um spin-off de Aero the Acro-Bat, cujos dois jogos já não eram lá grande coisa. Todos fazem parte dos mesmos relançamentos e vêm com o mesmo tratamento, com cheats como vidas e pulos duplos infinitos. Eles também são vendidos individualmente, o que já critiquei antes.

Já resenhei detalhadamente os dois jogos anteriores, então não vou me estender no que este traz de novo. São as mesmas coisas de antes, qualidades de vida presentes em qualquer emulador. Vamos então falar do jogo em si.

ZERO THE KAMIKAZE SQUIRREL

Zero the Kamikaze Squirrel, Zero, Sunsoft, Aero the Acro-Bat, Delfos
Os gráficos são legais, mas os personagens não são muito simpáticos.

Zero the Kamikaze Squirrel tem sem dúvida alguma os melhores gráficos da série. Isso era comum lá na época de outrora, em que um ano entre um jogo e outro permitia que a tecnologia avançasse muito. Então graficamente ele é legal, e os cenários são muito mais elaborados e bacanas que os de Aero the Acro-Bat. Mas assim como Aero, os personagens não são especialmente simpáticos.

gameplay é ainda mais fraco. Zero the Kamikaze Squirrel é mais direto que Aero the Acro-Bat (o primeiro). Não tem objetivos pentelhos como “pegue cinco bandeiras e ache o final da fase”, basta achar o final da fase. Porém, achar o final não é especialmente fácil, uma vez que são fases abertas, com vários caminhos. Muitas vezes você só consegue saber para onde ir porque tem setas espalhadas no cenário, o que não é um bom sinal.

GAMEPLAY

Zero the Kamikaze Squirrel, Zero, Sunsoft, Aero the Acro-Bat, Delfos

O principal pecado é o gameplayZero atira shurikens, mas elas são muito fraquinhas e quase todos os inimigos as rebatem. O ataque que faz mais sentido é um nunchaku, muito mais forte, mas atinge apenas quem está muito próximo do herói.

level design também é bem fraco, a ponto de que boa parte das fases me parecem intermináveis a não ser que você ative o “pulo duplo infinito”. Isso é um cheat, claro, mas tem um monte de telas em que eu literalmente não sabia para onde ir a não ser pular repetidas vezes para subir. Zero the Kamikaze Squirrel é do tipo “bonitinho, mas ordinário”, com gráficos e animações bem elaborados para um jogo de SNES, mas que não empolga e deixa entediado mesmo durando pouco mais de uma hora.

PARA COMPLETAR

Zero the Kamikaze Squirrel, Zero, Sunsoft, Aero the Acro-Bat, Delfos
Repare como eu e outros temos os troféus das fases posteriores sem ter o das anteriores.

O jogo não me empolgou em nenhum momento, mas, ei, pelo menos é uma platina bem fácil, que dá para ganhar simplesmente terminando o jogo uma vez. Porém, ele tem uma versão piorada de um problema que já tinha aparecido no relançamento de Aero the Acro-Bat 2.

Cada fase terminada rende um troféu. Porém, em algumas fases isso simplesmente não funciona. Em Aero the Acro-Bat 2, eu consegui forçar o troféu repetindo a fase algumas vezes. Aqui, nem assim. Para mim, três troféus ficaram travados depois de terminar o jogo: os dois da fase da lancha e o da fábrica. Não sei se apenas estes estão quebrados, mas são os que menos gente conquistou de acordo com as estatísticas do próprio PS5.

Claro, eu nunca recomendaria um jogo apenas por causa da sua platina fácil. Mas uma vez que você gastou o dinheiro e o tempo nele, pelo menos ter uma platina para impressionar as garotas é uma boa. Com troféus quebrados e um jogo sem atrativos, este relançamento de Zero the Kamikaze Squirrel é bem fácil de deixar passar, até porque ele é muito menos popular e famoso do que os Aero the Acro-Bat (que já eram fraquinhos). A série de relançamento ainda virá com o remake que o primeiro Aero the Acro-Bat ganhou para Gameboy Advance, mas este nem eu devo pegar. Já foi chatinho jogar o original uma vez.

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