Gori Cuddly Carnage é uma deliciosa relíquia do passado. Embora seja um lançamento de 2024, ele tem muito em comum com a geração do PS2/PS3. É um hack and slash que incentiva combos e estilo, e é bem parecido – em qualidade e gameplay – com Lollipop Chainsaw. Em outras palavras, não é exatamente um grande jogo, mas desce gostoso para quem sente falta de joguinhos de porrada descompromissados.

Review Gori Cuddly Carnage

Gori Cuddly Carnage, Wired Productons, Angry Demon Studio, Delfos

Aqui você controla um gatinho marrento chamado Gori em um mundo dominado pelo exército adorável. Este é um grupo de coisas fofinhas, como brinquedos de unicórnios, que decidiram que os humanos não são fofos o suficiente para viver. Gori é um apoiador dos humanos, e ele é acompanhado por seu hoverboard boca suja.

É muito engraçado encarar um monte de unicórnios em um cenário com arco-íris, desmembrá-los com violência explícita e depois da batalha ouvir o hoverboard falando “die, motherfucker”.

Combate e movimentação

Gori Cuddly Carnage, Wired Productons, Angry Demon Studio, Delfos

Mas Gori não é apenas um jogo de porrada. É também um plataforma veloz, e mesmo seu combate tem muita ludocinética. Assim como em Doom Eternal, você não pode ficar parado, e suas opções cinéticas são muitas.

Você pode correr pelas paredes, montar em trilhos e seus ataques não raro ficam mais poderosos quando combinados com movimento rápido. As fases totalmente lineares combinam arenas de combate com desafios de plataforma e movimento. Na prática estes dois pilares são bem separados. Ou você está pulando e avançando, ou está parado desmembrando ondas de unicórnios.

Gori Cuddly Carnage: o jogo do gato

Gori Cuddly Carnage, Wired Productons, Angry Demon Studio, Delfos

Não há muitas fases, mas todas são bem longas, durando cerca de 60 minutos cada. Todas também terminam em um chefe enorme que carece de estratégias distintas para caírem. Estes chefes talvez sejam os pontos mais fracos das fases.

Gori Cuddly Carnage começa bem, com uma excelente primeira fase, mas esfria muito rápido. A segunda fase, por exemplo, separa seus desafios em arenas tematizadas, com desafios tipo “mate todo mundo antes de acabar o tempo”. É muito cedo em um jogo muito curto para apelar para este tipo de enrolação estilo Dante’s Inferno. Uma fase posterior, com sua temática aquática com limite de tempo, deve fazer muita gente desistir simplesmente por ser muito chata.

Quem continuar…

Gori Cuddly Carnage, Wired Productons, Angry Demon Studio, Delfos

A boa notícia é que o melhor do jogo vem depois disso, com as melhores fases e chefes do jogo. É curioso que Gori Cuddly Carnage tenha deixado seus melhores truques apenas para quem suportar sua fraca abertura, mas é o que tem pra hoje. Vale dizer também que no Xbox Series X ele tem três configurações de performance: 4k/30 com ray tracing, 4k/60 e 120 fps numa resolução mais baixa. Para um jogo tão rápido, jogar em 120 fps é um benefício bom demais para passar, mesmo que isso sacrifique um bocado o visual.

Gori Cuddly Carnage não poderia ser mais diferente do que o jogo anterior da Angry Demon Studio, Apsulov End of Gods. Mas é uma mudança bacana, que mostra que o estúdio consegue transitar entre gêneros sem perder a qualidade. Gori Cuddly Carnage não é um grande hack and slash, mas é suficientemente divertido para valer uma jogada. E fica a pergunta: por que estão lançando tantos jogos protagonizados por gatos?