O delfonauta certamente já ouviu falar de Dusk, mesmo sem a gente nunca ter falado dele no DELFOS. Ei, vai dizer que você está pegando suas informações em outro site? Tô de olho, viu? Enfim, Dusk é um boomer shooter lançado para Windows em 2018. Não apenas um boomer shooter, mas o que criou esta alcunha, e um com fama de ser um dos melhores da história. Para você ter uma ideia, a nota dele no Metacritic é de 88.

Assim, faz muito tempo que eu queria jogá-lo, e ele está na minha wishlist do Steam há tempos. Já passou até por algumas promoções que o deixaram baratinho. Mas eu queria jogar no console. Em outubro de 2021, ele saiu para o Switch, mas eu estava com muito trabalho acumulado e resolvi deixar para comprá-lo depois. Daí, em outubro de 2023 ele saiu para PS4. Em outubro sempre estou com trabalho acumulado, mas desta vez pensei que era minha última chance de cobri-lo. E cá estou eu, analisando um jogo que está disponível desde 2018!

ANÁLISE DUSK

Dusk, New Blood, FPS, Boomer Shooter, Delfos

Curiosamente, ao contrário de QuakeDoom, ele não me conquistou de imediato. Pelo contrário, diria. Os gráficos são realmente primários. Apesar de serem poligonais, como Quake, são bem mais básicos do que o jogo da iD Software. Se compararmos com Doom, então, a coisa fica feia para Dusk. E aí que tá, ele quer ser comparado com Doom. Toda a estrutura em três episódios, fases, estilo de jogo e mesmo as armas e os finais são tirados do clássico que popularizou os FPS.

Minha primeira impressão, que se estendeu por, sei lá, umas duas horas, foi que Dusk era praticamente um mod de Doom. Na verdade, já joguei vários mods de Doom que são mais diferentes do jogo original do que o que temos aqui. Mas daí as coisas começaram a mudar, em especial no segundo episódio.

UM DOOM CLONE MUITO CRIATIVO

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A impressão de que ele foi construído em cima de Doom se manteve. Porém, a criatividade se torna extrema. As fases começam a apresentar uma enorme variação, não apenas de cenários, mas mesmo de novos estilos de navegação e gameplay. Um destaque é a fase chamada Escher Labs. Imediatamente saquei a referência a M. C. Escher, mas a fase começa meio normal. Até que o cenário se transforma e vira isso.

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Outras fases são claustrofóbicas e escuras, enquanto outras acontecem em ilhas voadoras. Algumas combinam ambas, e outras ainda apresentam mais novidades. É por isso que Dusk se tornou um jogo tão aclamado. Ele pega algo que todos conhecem e cria em cima. É quase como uma daquelas covers que mudam o gênero da música original. Porém, Dusk mantém o mesmo exato gênero, mas coloca um monte de instrumentos e ideias que nunca seriam possíveis no início dos anos 90. Quando terminei a campanha, estava com um enorme sorriso no rosto, certo de que tinha saboreado um prato especial. Algumas das últimas fases são meio malas, na verdade, mas a campanha como um todo é excelente.

A VERSÃO DE PS4

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A versão de PS4 é competente, mas sem firulas. Provavelmente saiu apenas para PS4 porque o console já tinha condições de rodar tudo no máximo. Porém, e não sei se isso também acontece nas outras versões, o jogo dá pequenas travadinhas com frequência. Parece para mim algum tipo de shader compilation, mas não sabia que isso acontecia em consoles.

De resto é o que você espera, com controles adaptados e inclusive a possibilidade de quicksalvar e quickcarregar pelo controle, sem entrar nos menus. Dito isso, se você gosta de jogar no computador, acredito que a versão de Windows é bastante superior. O principal motivo para isso é o DLC Dusk HD, que traz uma nova interpretação dos gráficos.

Obviamente, o jogo é muito recente para ter uma versão em HD, então esta remasterização foi feita como uma piada muito legal. É uma forma de variar os gráficos entre dois estilos, o que sempre é bem vindo. É curioso que a versão de PS4 não traga este DLC já incluído, até porque ele é gratuito no PC. Aqui a gente tem apenas o jogo original, que é ótimo, mas seria excelente ter a versão completa no Playstation.

DUSK GAME

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De qualquer forma, a versão de PS4 não ser a mais completa não é um demérito ao jogo em si, que é excelente, e finalmente está disponível no Playstation. O Xbox ainda não ganhou sua versão, mas acredito que contemplando o PS4 e o Switch, sem falar do Windows, quem tem interesse em Dusk agora tem várias excelentes oportunidades de jogá-lo.

REVER GERAL
Nota:
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. É o autor dos livros infantis "Pimpa e o Homem do Sono" e "O Shorts Que Queria Ser Chapéu", ambos disponíveis nas livrarias. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
review-dusk-finalmente-no-playstation-4Disponível: Windows, Linux, Mac, Switch, PS4<br> Analisada: PS4<br> Desenvolvedora: David Szymanski<br> Editora: New Blood<br> Gênero: Boomer Shooter<br> Lançamento: 10 de dezembro de 2018 (Windows), 6 de fevereiro de 2019 (Linux, Mac), 28 de outubro de 2021 (Switch), 31 de outubro de 2023 (PS4)<br>