Leia mais sobre o grande evento do ano:
– Socorros Delfianos – Rezek no albergue do Torquemada: Parem de jogar boliche e me tirem daqui!
– Saiba como foi o Encontro Delfiano: Aprenda a trocar pneu com Luigi e os delfianos!
– Pagode True: Um pagode abençoado pelo vento preto, pelo fogo e pelo aço.
– Coringalfredo vs. Bat-Torquemada: Ninguém boicota o grande evento do ano.
– Boicote ao Encontro Delfiano: Torquemada conclama os delfonautas a não comparecerem ao grande evento do ano.
– Encontro delfiano vai distribuir prêmios: Confira também as informações de data e local.
– Prepare-se para o primeiro encontro aberto delfiano: É sua chance de conhecer a turminha que faz o seu site preferido.
Saudações, caríssimos leitores. Desta feita trago minhas humildes impressões sobre um evento musical. Em contraposição às resenhas de concertos de Rock Pauleira que nada acrescentam à formação dos bons costumes dos indivíduos, compartilharei com vocês aquilo que foi muito mais do que um evento de inegável importância cultural.
Com início previsto para as 15:00 do dia 19 de julho, este show se apresentou como uma saudável alternativa ao 1° Encontro Delfiano. Ao chegar à área de entrada da casa onde se realizaria o espetáculo, vislumbrei cenas de puro encanto civilizador, cenas que me fizeram acreditar no futuro da humanidade. Senti-me dentro de um daqueles comerciais de creme dental devido aos incontáveis sorrisos que vi. Famílias inteiras aguardavam pacientemente e ordeiramente em seus respectivos lugares na fila. Criancinhas traziam em suas mãos versões em pelúcia das figuras dos The Backyardigans. Vendedores honestos circulavam intensamente nos oferecendo algodão doce, pipoca e balões multi-coloridos. A alegria era contagiante, senhores.
Quanta diferença em relação aos momentos que antecedem os eventos de Rock Pauleira. Não se via nenhum cidadão todo vestido de preto, nenhum coturno, nenhum sobretudo preto, nenhuma jaqueta de couro… Afinal, estamos em um país tropical com temperaturas inadequadas a este tipo de vestimenta. Ninguém foi visto berrando “metaaaaaaaaaal” em nossos ouvidos e muito menos sacrificando bodes ou adorando Satanás.
Após aguardar por alguns minutos na fonte, com minha fantasia de Batman, conforme prometido aqui, os delfonautas cuja alma salvei e que preferiram ir a este evento ao invés do satânico encontro delfiano vieram saudar-me, reconhecendo meu valor para suas vidas antes vazias. Oh, o regozijo de poder ajudar é indescritível!
Todos que aguardavam ansiosamente na fila comigo podiam se divertir apenas observando os satisfeitos e sinceros sorrisos nos rostos dos infantes. Pontualmente no horário marcado, teve início o espetáculo. Casa cheia, cenário muito bem montado, tudo planejado para que nos sentíssemos numa aventura imaginária em nossos quintais. Os coloridos personagens executavam belíssimas coreografias. Nada de playback, todas as músicas eram cantadas ao vivo e executadas por um conjunto musical que as acompanhava em perfeita sincronia.
Canções cujos temas eram piratas, selvas, Egito, corridas de automóveis, reis e rainhas, nos foram apresentadas em mais de uma hora de espetáculo. Os cinco personagens: o pingüim Pablo; o alce Tyrone; uma criatura violeta chamada Uniqua; Tasha, a hipopótamo; e o canguru Austin fizeram jus ao status de personagens mais queridos das crianças. Impossível não cantarolar o tema de abertura do desenho: “Somos amigos os Backyardigans”.
Meus cordiais cumprimentos aos papais que impedem que seus filhinhos sejam bombardeados por desenhos que corrompem a infância e que estimulam instintos capitalistas competitivos. Parabéns aos que estimulam o contato com figuras cheias de bons sentimentos como os The Backyardigans e levam seus filhos a eventos como este. Essas crianças com toda a certeza não freqüentarão na vida adulta shows de Rock Pauleira nem casas de cinema com filmes violentos. Nunca sentirão em suas mãos o sangue fresco e ainda morno de um bode recém-sacrificado. Ainda há esperança para um mundo melhor. Oh, o regozijo!