Momento “DELFOS é cultura”. O Lazarus Effect que dá nome ao título original deste longa se refere a Lázaro de Betânia, figura bíblica que, de acordo com o Evangelho Segundo João, foi ressuscitada por Jesus Cristo quatro dias depois da sua morte.
Título legal, especialmente quando levamos em conta a sinopse. Aqui conhecemos quatro cientistas que estão pesquisando uma forma de trazer mortos de volta à vida. Não como zumbis comedores de miolos, mas realmente de volta à vida. E veja só, eles conseguem fazer isso com um cachorrinho.
O título nacional, apesar de ser tão true que poderia dar nome a uma música de heavy metal, no entanto, é bem menos intrigante e mais explicativo. Aliás, ele fala até um pouco demais do filme. Afinal, é fácil deduzir que eles vão trazer uma guria de volta dos mortos, e que algo vai dar muito errado.
Só que isso demora tanto para acontecer que, se não fosse pelo título nacional, eu sequer teria falado disso nesta resenha. E é justamente antes disso que vem a melhor parte do filme, em que eles especulam o que tem de errado com o cachorro ressuscitado e até rolam alguns diálogos bem legais analisando a morte de forma científica. Claro, eles também discutem se realmente deveriam fazer isso e quais seriam os efeitos místicos de trazer o animal de volta à vida.
Pela sinopse, e pelo início do filme, fica muito difícil não lembrar de Linha Mortal, longa de 1990 dirigido pelo Joel Schumacher pré-bat-mamilos e responsável por mostrar ao mundo como o Jack Bauer ficaria ostentando gloriosos mullets.
E se tivesse focado mais no lado científico, poderia até ser tão legal quanto Linha Mortal. Porém, quando de fato a moçoila é Renascida do Inferno, a coisa vira um slasher mais tradicional e sem nada que chame a atenção.
E é uma pena, porque várias sementes são plantadas na primeira metade e nunca desenvolvidas, como a espionagem industrial que estava rolando, os objetivos da empresa com a pesquisa e mesmo o fato de a tal Renascida manter o seu lado humano, e parecer possuída em outros momentos.
Se essas coisas fossem mais desenvolvidas, poderíamos estar falando de um trabalho excelente. Como não são, temos um longa razoável, que até vale uma assistida. E isso já é mais positivo do que eu costumo dizer sobre a maior parte dos filmes de terror que chegam aos nossos cinemas.