Os filmes sobre terrorismo estão começando a marcar tanto a cinematografia dos EUA quanto os de favela/nordeste fizeram com a do Brasil. É uma pena, mas é o efeito dos tempos de guerra que o tio Sam vive hoje. Basta lembrar que nos anos 80, todo vilão era russo. Hoje, todos são árabes.
Como você deve ter adivinhado, em Rede de Mentiras, novo filme de Ridley Scott, vemos exatamente isso. Os heróis dos EUA estão procurando por um terrorista. Leonardo DiCaprio é o investigador machão que sai por aí competindo com todo mundo para ver quem tem o piupiu maior. Só que ele não tem o piupiu maior que o de Russel Crowe, seu chefe, e isso o deixa constantemente frustrado.
Assim, Leo e Russel passam o filme inteiro conquistando a confiança de personagens secundários, apenas para traí-los em seguida. Aliás, eles fazem isso até um contra o outro. Tá, o roteiro até tenta ser imparcial e mostrar Russel como o babaca nacionalista enquanto o personagem de Mark Strong, governante do país inimigo, é mais sensato, mas o troço é tão clichê que não dá para impedir que a mensagem “God bless America” fique marcada no seu cérebro ao sair da sessão.
Apesar de o tema ser de pouco apelo para qualquer um que não chame os Estados Unidos de América, o filme é bom. É o típico Ridley Scott: tem uma boa e complexa história, até interessante, porém é um tanto longo e parado demais, o que acaba tornando-o um pouco chato.
Fãs do diretor com certeza vão gostar, embora eu não ache que alguém vá dizer que este está entre os melhores da filmografia do cara. Afinal, ele dirigiu Alien e Blade Runner, pô. Se você ainda não é fã e está apenas procurando por um pouco de diversão descompromissada, com certeza tem coisas mais interessantes por aí. Isso, é claro, não significa que não valha o ingresso. Se a guerra contra o terror está entre seus tópicos de interesse, não deixe de ver.