Ouija – A Origem do Mal

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Quando chegou o convite para esta cabine aqui na redação, eu pensei: “uai, sô. Mas não resenhei este filme ainda outro dia?”. Não foi bem outro dia, faz um pouco menos de dois anos, mas realmente eu escrevi sobre algo chamado Ouija – Subtítulo Genérico de Terror.

Apesar de ter assistido e feito uma crítica sobre o filme nem tanto tempo atrás, devo dizer que não tenho nenhuma memória dele. Mesmo ler a minha resenha hoje é como ler um texto escrito por outra pessoa sobre um filme que não assisti. E viva minha memória de Dory.

Pelo título, Ouija – A Origem do Mal é uma prequência ao filme de 2014, mas por incrível que pareça, ele funciona bem como uma obra distinta. Pois é, acredito que este é o primeiro filme de terror sobre fantasmas que eu curto desde O Exorcismo de Emily Rose. Que puxa, não?

Mas antes de elaborar minha opinião, vamos a um pouco de informação. Aqui conhecemos uma família formada por três indivíduas mulheres do sexo feminino, com idades variadas. A mãe é uma vidente profissional, fazendo um showzinho paranormal na intenção de confortar as pessoas que perderam entes queridos. As filhas ajudam na performance.

Estamos nos anos 60, e um joguinho sobrenatural chamado Ouija está pirando o cabeção da molecada. É aí que nossa amiga compra um tabuleiro na intenção de incorporar ao espetáculo. O que ela não esperava é que sua filha mais jovem demonstrasse verdadeiros talentos sobrenaturais e começasse a se comunicar com o espírito do seu falecido marido.

O que destaca Ouija – A Origem do Mal de outros filmes de terror sobrenaturais é que aqui temos uma história bacana, que nem é tão focada na parte medo da coisa, mas mais na relação da família com a perda que sofreu. Salvo engano, não tem nenhum daqueles terríveis sustos do tipo “bu!”, sabe? Quando alguém abre um armário e um gato pula de dentro ou algo do tipo? E só isso já eleva o longa a um patamar mais alto do que o de seus concorrentes.

Os personagens também são interessantes e bem desenvolvidos, bem como a atuação do trio de atrizes que o protagoniza. Claro que eu posso ou não ter sido hipnotizado pelos cabelos vermelhos da filha mais velha e pelo fato de que eu não como bacon há tempos, mas isso não deve ser levado em consideração.

Os efeitos especiais são outro destaque, especialmente o que fazem com a boca da filha caçula quando ela interage com os fantasmas. Fazer as pupilas sumirem é algo bem comum no cinema hollywoodiano, mas boca esticada é bem mais raro e mais assustador. Os fantasmas também dão medo, chegando a lembrar o Batman em algumas cenas. Vai dizer que você não tem medo do Batman? Se não tiver, me manda um e-mail que eu tenho um plano infalível para assaltar um banco de Gotham.

A verdade é que Ouija – A Origem do Mal não me deu medo. Não adianta, eu sempre vou ter mais medo de pessoas vivas do que de fantasmas. No entanto, conta uma história interessante que, se não é especialmente nova ou única, me divertiu consideravelmente e não ofendeu minha inteligência. E isso é mais do que o suficiente para recomendá-lo.

REVER GERAL
Nota
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
ouija-a-origem-do-malPaís: EUA<br> Ano: 2016<br> Gênero: Terror Sobrenatural<br> Duração: 99 minutos<br> Roteiro: Mike Flanagan e Jeff Howard<br> Elenco: Lin Shaye, Doug Jones e Annalise Basso.<br> Diretor: Mike Flanagan<br>