O Protetor é o longa que reúne o astro Denzel Washington ao diretor Antoine Fuqua, a dupla de Dia de Treinamento, filme que rendeu o Oscar de melhor ator a Denzel e o qual, toda vez que passa na TV, por algum motivo eu paro para assistir. Não sei explicar porquê. Ele é bom, mas não tanto assim, contudo já devo ter visto mais de 20 vezes.
Após essa importantíssima curiosidade pessoal, vale dizer também que essa nova película é baseada em uma série televisiva dos anos 80 tão obscura que eu só descobri que ela existia ao pesquisar para esta resenha. Viu só? Informações pessoais e sobre a obra analisada, esta crítica tem de tudo!
Robert McCall é um cara metódico e na dele. Até que ele faz amizade com uma prostituta interpretada pela Chloë Grace Moretz, o que me deu um baita desconforto, afinal, apenas dois Kick-Ass atrás, ela era apenas uma criança! Mais uma prova de que o tempo passa rápido.
Seja como for, um dia ela se mete em encrenca com seu cafetão e Robert vai ajudá-la. Digamos que o cara dá uma exagerada e acaba comprando briga com a máfia russa. Mas não tem problema, porque o truta é mais um da linhagem dos tremendões em dar porrada e resolver situações complicadas. Ele tem um passado obscuro e um conjunto de habilidades impressionante. Em suma, mais um típico herói de ação, praticamente um Esquadrão Classe A de uma pessoa só.
O longa me lembrou muito Jack Reacher – O Último Tiro, mas este tem uma diferença fundamental que o ajuda muito em relação a O Protetor: o senso de humor. Ese tipo de filme, com protagonistas tão badass que são capazes de matar um bandido só com um olhar feio, praticamente implora por uma dose de humor.
Tom Cruise sacou isso e emprestou uma bem-vinda fanfarronice a seu personagem. Isso não acontece aqui e o longa e seu protagonista se levam a sério demais, mesmo com os muitos absurdos que acontecem nele. Por conta disso, ainda que funcione razoavelmente bem, acaba não tendo tantos predicados assim, e se investisse mais no exagero cômico, sem dúvida poderia se destacar mais ante seus congêneres.
Acaba ficando um tanto genérico, muito em parte também por causa do roteiro batido, mas as cenas de ação são bem filmadas (embora também não exatamente especiais) e ajudam a manter o interesse. Poderia também se beneficiar de uma duração menor, visto que algumas subtramas poderiam facilmente ser limadas sem alterar o resultado final.
Nem há como comparar os dois longas feitos pela dupla. Dia de Treinamento era um policial mais realista e este aqui é um misto de ação e thriller que se leva a sério demais. O primeiro, contudo, é muito mais filme e tem um ritmo muito melhor, ainda que o segundo até tenha sido legal de assistir. Só que no fim das contas, continuarei assistindo Dia de Treinamento toda vez que o pegar passando na TV, mas tenho certeza que não farei o mesmo com O Protetor. Creio que isso já diz o suficiente sobre esta produção.
Contudo, se você ainda não está feliz, aí vai o encerramento: fica difícil de recomendar este longa, afinal, ele se equilibra demais no limiar do genérico, sendo igual a muitos filmes do gênero que você com certeza já viu por aí. Se não tiver opção melhor, quebra um galho. Mas se tiver algo mais legal em cartaz, nem pense duas vezes em escolher a concorrência.