Calma, Corrales. Não faltam muitos oscarizáveis para essa época do inferno acabar. Aguente firme.
Leite. Taí um nome estranho para um filme. Ok, é o nome do cara cuja biografia conheceremos durante a projeção, mas ainda assim… e por que diabos as distribuidoras nacionais acham necessário colocar um subtítulo bobo quando o título original não pode ser traduzido?
Mistérios do mercado à parte, Milk, o filme, não tem absolutamente nada de misterioso. Afinal, se você quer ganhar um Oscar e não tem vontade ou conhecimento para falar sobre os horrores nazistas, o próximo caminho mais recomendável é falar sobre minorias. E como a época dos filmes sobre igualdade racial ficaram lá na época em que o Spike Lee era respeitado, o tema quente de hoje para aqueles doidos por um careca dourado é a homossexualidade.
A não ser que seja um adepto da causa homossexual, você provavelmente não deve conhecer Harvey Milk. O maninho foi o primeiro político gay a ser eleito nos EUA e, pelo que o filme dá a entender, suas campanhas foram o passo inicial para a igualdade sexual por ali, bem como pela fama mundial da cidade de São Francisco.
O filme é um típico oscarizável do subgênero cinebiografia, com a diferença que não explicita a vida inteira do nosso herói, mas foca bastante na sua ideologia e em suas conquistas políticas. Prova disso é que a história começa no aniversário de 40 anos do sujeito e termina… bem, termina quando a carreira política dele chega ao fim. E é tudo contado de forma extremamente planfetária.
Leite – O Filme, para mim, é um filme nada. É desnecessário dizer, no entanto, que, quanto mais importante a causa de Harvey Milk for para você, mais você vai gostar.