O delfonauta dedicado com certeza já sabe da minha amigável rixa com o diretor Lars Von Trier. E não adianta, o trabalho do cara realmente não me agrada.
Melancolia abre com um clipe com imagens mais ou menos estáticas, semelhante à abertura de Watchmen. Mas se no filme de Zack Snyder, elas contam uma história, aqui nada mais é do que um slideshow.
São planos belíssimos e esteticamente interessantes, é verdade. Eu nunca disse aqui que Laurêncio dos Três não sabe dirigir. O problema é que é de um pedantismo fora do comum. Sabe quando filmes de comédia tiram sarros de filmes de arte? É exatamente isso que vemos nesta abertura. Mas se o objetivo não é ser engraçado acaba sendo apenas pedante.
Teoricamente, Melancolia seria um filme desastre, mas na prática está tão próximo disso quanto Anticristo está de ser um terror. Ou seja, não é um filme desastre.
Após os 10 minutos de slideshow que abrem o filme, acompanhamos o casamento da Kirsten Dunst. Algumas piadinhas dessa parte são simpáticas e até deixam a impressão de que tudo vai melhorar. Mas não melhora.
A moça deixa claro que não está feliz por casar e, uma hora e meia depois, seu casamento é cancelado. Mas não mostra o cancelamento, apenas a cena seguinte, dando a sensação de rolo faltando que vimos no Planeta Terror. E de novo, se não é para ser engraçado, fica apenas… tosco…
Só nesse ponto, quando estamos próximos das duas horas de filme, é que o tal “desastre” dá as caras. Trata-se de um planeta que está em rota de colisão com a Terra e é só nesse momento que ele entra na história e que as pessoas começam a falar dele. A sensação é um misto de até que enfim com “WTF”. Afinal, até esse momento era a história do casamento de uma noiva infeliz e de repente o casamento sai da rodada (e nunca mais é mencionado) e entra esse tal planeta.
É nessa parte também que a Kirsten Dunst aparece como uma deficiente mental, dando a entender que tudo que vimos até ali era uma ilusão da cabeça dela. Mas pouco depois, ela volta a ser a mesma personagem de antes. Todos juntos agora: WTF!?
Para completar os momentos “WTF”, um certo personagem aparece morto de repente sem nenhuma explicação, mas a forma que a morte dele é revelada dá a entender que ele fez sexo oral em um cavalo e morreu por engolir sêmen equino demais. Assista e você também vai entender isso (repare no melado em volta da boca dele), mas o troço é tão “WTF” (ele não tinha demonstrado ser um fã de zoofilia em nenhum momento antes disso) que dá a sensação de que você é que tem a mente suja e entendeu errado. Mas convenhamos, me colocam o personagem morto e deitado entre as pernas de um cavalo com a boca melada e eu deveria entender outra coisa?
E já que estamos falando em cenas de sexo, Anticristo realizou nossos piores pesadelos ao nos mostrar o pinto do Duende Verde. Aqui, Lars realiza nossos sonhos mais molhados ao mostrar os peitos da Mary Jane.
Também devo citar a última cena, que é realmente muito legal e tensa pra caramba de uma forma bem artística (e, dessa vez, sem ser pedante). Para falar a verdade, foi apenas pelos peitos da Mary Jane e pela última cena que o filme faturou o Alfredo ao lado, porque de resto ele é tão lento, tão entediante e tão pedante que eu só não dormi por obrigação profissional. Mas deu vontade.
CURIOSIDADE:
– Segundo pesquisa da DataDelfos, 98% dos delfonautas clicaram no link “o pinto do Duende Verde” acima. Os outros 2% clicaram agora.