Lembranças de um Amor Eterno, como você já deve ter suspeitado pelo título, trata da relação amorosa de um casal. Contudo, ele não retrata exatamente um relacionamento convencional, o que conta como o único ponto positivo para a película do cineasta italiano Giuseppe Tornatore, eternamente lembrado por Cinema Paradiso (1988).
Ele trata da relação amorosa entre o astrônomo Ed Phoerum (Jeremy Irons) e sua amante Amy Ryan (Olga Kurilenko). Logo no começo do filme, o sujeito empacota. Contudo, ele deixa diversas cartas, mensagens e vídeos preparados para serem entregues a conta-gotas para Amy ao longo dos meses seguintes, para ajudá-la a superar sua perda.
E basicamente é isso, a extensão do relacionamento da mina com um presunto, através do processo do luto. A ideia até é interessante, contudo sua condução nunca engrena. O filme é simplesmente muito lento, devagar quase parando, e também poderia ter vários minutos a menos.
Visualmente ele é bonitão, utilizando-se muito bem das belas paisagens europeias e com uma paleta de cores mais escura. E o fato de que Amy trabalha como dublê de cenas perigosas ajuda a afastar um pouco o tédio nos poucos momentos em que ela aparece em ação.
O fato de que ela é a amante do cara é algo que poderia render muito mais para a história, mas este ângulo nunca é plenamente aproveitado, nem mesmo quando ela e a titular se encontram frente a frente. É algo tão dispensável que eles bem poderiam ter sido apenas namorados ou mesmo marido e mulher e não teria feito qualquer diferença.
Esta mistura de drama com romance, ou romance com contornos dramáticos, se preferir, está longe de ser um dos meus gêneros cinematográficos favoritos. Não sou o público-alvo disso aqui. Porém, mesmo assim, poderia ter ficado satisfeito se o longa tivesse um ritmo melhor e um roteiro mais bem trabalhado em alguns pontos-chave, visto que sua premissa, como já disse, é até interessante.
Mas o resultado final acabou deixando a desejar, resultando numa película bastante irregular, um tanto tediosa e no geral bastante esquecível e por vezes resvalando no cafona. Aí fica difícil de recomendar, mesmo para aqueles que gostam de uma história de amor.