Larry Crowne – O Amor Está de Volta

0

O delfonauta gosta de filmes dirigidos por atores? Assim como os indies ou os blockbusters, eles têm uma “cara” diferente, que os torna quase um gênero à parte. E Larry Crowne não poderia ser mais filme de ator nem que sua história acontecesse no Actor’s Studio.

O diretor Tom Hanks é Larry Crowne, um sujeito que acaba de perder o emprego e está em pindaíbas financeiras. Ele decide fazer faculdade, e lá vai conhecer uma turminha que vai virar sua vida de cabeça para baixo.

Ao contrário do que o subtítulo nacional dá a entender, Larry Crowne não é uma história de amor entre Hanks e Julia Roberts. Claro, o relacionamento entre os dois está presente, mas não é, de forma alguma, o foco do filme. Não, o que temos aqui é a história de um sujeito de meia idade que, infeliz com o caminho da sua vida, decide fazer um esforço e mudar tudo para melhor.

Isso faz toda a diferença. Sai a comédia romântica pasteurizada que eu deduzi que seria por causa do terrível subtítulo e entra um filme inteligente e com sentimento, duas características que fazem falta no cinema mainstream.

Larry Crowne (convenhamos, o título original também é ruim) é engraçado e triste na medida certa. Merecem destaque as aulas de economia com o professor George “Sulu” Takei, que são sempre divertidas, tamanha a arrogância do sujeito.

O próprio protagonista é deliciosamente insípido. Um sujeito decente, mas sem nenhuma característica que o separe ou aproxime muito de qualquer espectador. Isso possibilita que qualquer um se identifique com ele, e acaba servindo como o retrato daquele cidadão genérico (o popular NPC) que você vê em todo lugar, de restaurantes a supermercados, no trabalho e na faculdade, ou simplesmente esbarrando na rua. E não se engane, para esses NPCs, você também é um NPC. =D

Larry Crowne é o típico filme de ator. Humano, sentimental e engraçado, sem exagerar muito em nenhuma de suas características. Não é para todo mundo, mas não tenho dúvidas em recomendá-lo para qualquer delfonauta que não tenha medo de se arriscar fora da linguagem do cinema mainstream.