Há anos eu acompanho a carreira de La Mulana com interesse. Ele saiu originalmente em 2005, e ganhou um remake em 2012. Apesar de lançamentos no Wii e no Vita, ele se manteve quase exclusivo de PCs. O jogo entrou mesmo no meu radar com sua continuação, La-Mulana 2, que desde 2018 está disponível para PC. Para consoles nada. Até agora. Pois ambos os jogos saírão para PS4, Xbox One e Switch em 17 de março.

LA-MULANA OU LA MULANA?

O meu interesse veio de vários motivos. Para começar, a temática claramente inspirada por Indiana Jones. No primeiro jogo, você controla um arqueólogo investigando ruínas históricas. No segundo, a filha dele, também arqueóloga, que volta às ruínas, agora totalmente turistadas, para resolver um problema – e acaba descobrindo novas ruínas escondidas no mesmo local.

A aventura segue a linha metroidvania 2D pixelado, mas o audiovisual é simplesmente fantástico. Os jogos são lindões – especialmente o segundo – e as músicas são pegajosas e empolgantes.

La-Mulana, La Mulana, NIS America, Nigoro, Delfos
La-Mulana 2 é lindão, mas o primeiro também é bonito.

Quando eu era criança, sonhava em um dia ser arqueólogo, e nenhum outro gênero de games é tão apropriado para uma aventura arqueológica quanto um metroidvania. E, por tudo isso, eu aguardei pacientemente até os jogos saírem para console.

ACESSIBILIDADE

Porém, eu não esperava que eles levassem seu lado arqueológico tão a sério. As ruínas são cheias de enigmas e quebra-cabeças complicadíssimos, que tornam quase impossível avançar no jogo sem um guia.

A ação também é bastante desafiadora. Em especial o primeiro que, pelo menos nas primeiras horas, não tem fast travel e a única forma de você recuperar vida é voltando à aldeia do início. A pé. Haja backtracking.

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Este é o La-Mulana 1.

A área inicial do primeiro dá acesso a várias outras fases, sem nenhuma dica aparente de para onde ir ou qual é seu primeiro objetivo. É igual a vida real.

O segundo é MUITO mais acessível, com um início mais linear antes de te soltar em um mapa mais aberto. Além disso, é possível se teleportar entre alguns pontos de save mais importantes a qualquer momento, o que possibilita voltar para a aldeia, se curar, e depois voltar instantaneamente para o último checkpoint.

gameplay do segundo também é bem mais redondo e agradável. Ele é mais moderno, enquanto o primeiro segue a linha mais durona de um game de Nintendinho.

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Curiosamente, eu travei nos dois de forma completamente diferente. No primeiro, eu tinha muitas opções de caminhos sem saber para onde ir. No segundo, eu explorei toda a área aberta para mim, mas não consegui solucionar os enigmas.

PACIÊNCIA

La-Mulana é um caso parecido com Okami. É um bom jogo, feito com muito capricho. Mas ele simplesmente não é para mim.

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Se liga como o visual é legal!

Eu simplesmente não tenho tempo e paciência para ficar explorando a esmo, sem objetivos claros. E também não me agrada jogar com um guia do lado, acompanhando passo a passo tudo que eu tenho que fazer. Além disso, como já falei outras vezes, alta dificuldade simplesmente não combina com exploração.

Eu continuo de certa forma fascinado com La-Mulana. Eu gostei do tempo que passei com eles (cerca de três horas com cada um, até o fechamento deste artigo), e gostaria de poder investir nele a dedicação que exige. Porém, é o tipo de coisa cada vez mais difícil quando se tem família, responsabilidades e trabalho adulto.

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Nas ruínas turistadas, tem até lugar para colocar a cabeça e tirar foto!

Assim, eu recomendo o jogo, mas é bom saber o que você está comprando. Este não é um metroidvania focado como Guacamelee!. Ele é mais aberto, mais difícil e exige muito mais do jogador. Se você está disposto a realmente mergulhar de cabeça em seu mundo, terá uma experiência bem satisfatória.