Já faz 12 anos desde que King Kong deu as caras no cinema pela última vez, na refilmagem de Peter Jackson do longa original dos anos 1930. É muito tempo para um dos monstros gigantes mais queridos do cinema ficar sumido. Pois este ano ele está de volta com uma aventura redondinha.
Kong: A Ilha da Caveira apresenta um novo enredo e um novo grupo de personagens para mexer com quem não deve. A trama se passa no início dos anos 1970. O personagem do John Goodman monta uma expedição à tal Ilha da Caveira, um dos poucos lugares ainda não explorados do mundo, e conta com o apoio de um destacamento do exército liderado pelo Samuel L. Jackson.
Já dá para imaginar que eles não terão a melhor das recepções no local, visto que a ilha é habitada por todo tipo de criaturas gigantes e letais, das quais Kong é o rei. E o fato de que os humanos já chegam causando faz com que eles também não caiam nas graças do macacão.
Temos aqui um típico blockbuster de puro entretenimento e nada mais. Usa uma tripinha de história e um punhado de personagens-padrão dos filmes de ação/aventura como mera justificativa para as matanças, explosões e pancadaria entre bichos enormes. E está muito bom assim.
Peter Jackson claramente amava o longa original e quis fazer algo grandioso e respeitoso. Um trabalho mais ambicioso, no fim das contas. Aqui a pegada é outra, muito mais leve e rasteira. É usar Kong como um herói de ação e, quem sabe, estabelecer uma franquia através desta película.
Neste sentido, ele funciona que é uma beleza. A primeira sequência de Kong em ação, com os helicópteros, é um primor. Muito bem orquestrada, com excelentes escolhas de enquadramento e uma montagem excelente, criando uma cena de ação extremamente criativa, que coloca o espectador dentro da ação e bonita visualmente.
Infelizmente, o diretor Jordan Vogt-Roberts não consegue imprimir a mesma qualidade técnica e visual ao resto do filme e, embora ele tenha outros momentos bem bacanas, nada chega aos pés desta sequência que ocorre ainda no começo do filme. Assim, ele começa bastante impactante, mas depois essa ótima primeira impressão não se sustenta tanto.
Outro problema, e este parece algo típico de filmes onde o protagonista não é humano, são justamente as pessoas. Tom Hiddleston, bem diferente de seus grandes momentos como Loki, aqui não segura a onda como protagonista e Brie Larson está completamente perdida.
Quem se salva são Samuel L. Jackson como o comandante do exército querendo se vingar a qualquer custo do macaco gigante, e depois, John C. Reilly como um sobrevivente de outros tempos e principal alívio cômico da história. Todo o resto, como já disse antes, são estereótipos genéricos que não ajudam, mas também não atrapalham.
De resto, o longa faz algumas referências à história clássica de King Kong e deixa portas abertas para uma continuação, ainda que ele amarre bem a história deste, que se sustenta sozinho. Kong: Ilha da Caveira é diversão acéfala e descompromissada.
Não tenta nada de novo, mas faz o feijão com arroz com bastante competência. E é sempre legal ir ao cinema para ver criaturas gigantes criando o caos e a destruição. Se você gosta disso (e quem não gosta?), procure a sala com a maior tela possível e divirta-se.
CURIOSIDADE:
– Há uma cena após os créditos finais e vale muito a pena ficar na sala para assisti-la.
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