Eu nunca li Madame Bovary, mas parece que a experiência de assistir a este Gemma Bovery: A Vida Imita a Arte seria mais completa se o tivesse feito. Afinal, o livro de Gustave Flaubert está intimamente conectado à trama deste filme e à sua protagonista.
Martin é um padeiro que vive na bucólica região da Normandia. Um belo dia, ele ganha vizinhos novos, um casal inglês cujo sobrenome não só é parecido com o da personagem de um de seus livros favoritos, como logo o comportamento da moça, Gemma Bovery (Gemma Arterton), passa a espelhar o da Madame Bovary.
Logo, o padeiro começa a acompanhar a vida do casal, e mais especificamente de Gemma, como se fosse uma novela ou um livro, impressionado em como a sucessão de acontecimentos vai se desenrolando de forma muito parecida com o que ocorre no romance de Flaubert.
A sinopse é bem interessante, mas o que temos aqui é um típico filme nada. Só que dessa vez ele parece ter sido feito assim de propósito. Há até uma passagem no longa onde Gemma, ao começar a ler Madame Bovary, diz que nele não acontece nada, mas é interessante. Logo, dada a temática/homenagem com o livro em questão, não é nenhum absurdo que a película tenha sido concebida justamente com a mesma pegada.
E como todo bom filme nada, temos aqui um trabalho tecnicamente impecável, com belíssimas paisagens campestres da França para encher os olhos, uma historinha que não é nenhuma Brastemp, mas entretém a contento e um filme que, no geral, não é absolutamente nada de mais, mas que funciona bem enquanto se está assistindo, embora certamente não irá perdurar em sua memória muito depois de subirem os créditos.
Em suma, a definição pura e simples de filme nada. O que mais me chamou a atenção aqui, para ser bem sincero, foi mesmo a Gemma Arterton. Eu já a tinha visto em outros filmes antes e ela nunca tinha me chamado a atenção, mas nesse aqui particularmente ela está um espetáculo de linda. Hum, Gemma Arterton com pão francês…
Bom, em suma, fãs de Gustave Flaubert e de sua obra mais famosa possuem mais chances de curtir Gemma Bovery. Para todos os outros, cai melhor se visto na televisão, naquele dia que não tem nada mais interessante passando. No cinema, contudo, certamente há programas mais convidativos em cartaz.