Você conhece Branca de Neve. É aquela história da moça que come um sapatinho de cristal envenenado e depois é salva por um príncipe encantado que só consegue encontrá-la graças a suas longas madeixas douradas. E tenho quase certeza que tem um gênio em algum lugar.
Espelho, Espelho Meu é mais uma releitura da fábula clássica, uma que visa responder a eterna pergunta: “como seria se a Branca de Neve tivesse uma gloriosa monocelha?”. Para responder isso, os produtores contrataram Lilly Collins para o papel da eurodescendente de neve, Julia Roberts para interpretar a si mesma, e MC Hammer para ser o príncipe encantado. Completam o elenco os cavaleiros que dizem “Ni!” como os sete anões.
Na real, no entanto, as monocelhas da srta. de Neve não afetam tanto assim a história. O tom é de comédia e os gêneros dos protagonistas são invertidos (a moça é a heroína e o príncipe é a vítima), mas a história é basicamente a mesma. Assim, não há novidades.
O visual é caprichado, como já é característico do diretor Tarsem Singh, e o prólogo é especialmente charmoso. Figurino, fotografia e efeitos especiais, bem como as cenas de ação, também são da melhor qualidade.
O humor é bonitinho, com uma ou outra piada realmente engraçada, mas no geral percebe-se que Espelho, Espelho Meu tem nas crianças seu principal público. Para adultos, especialmente adultos que já assistiram a mais de 42 versões da história, não há grandes novidades ou mesmo motivos para assistir.
Dessa forma, se você tem pimpolhos, recomendo levá-los a um passeio ao cinema, pois eles provavelmente vão se divertir bastante. Você talvez fique com um pouquinho de sono, então recomendo que escolha uma sala bastante confortável para a sessão.
CURIOSIDADES:
– O diretor Tarsem Singh começou a carreira dirigindo o legalzudo A Cela. Seis anos depois, fez o mais desconhecido The Fall e, recentemente, cuidou de Imortais.
– Os atores que fazem os sete anões são os mesmos atores que aparecem em absolutamente qualquer produção estadunidense quando é necessário um personagem anão. É incrível que eles ainda não tenham formado um grupo chamado “os sete anões de Hollywood”.