Don’t Knock Twice, o jogo do qual vamos falar hoje, é baseado no filme homônimo, estrelado pela Katee Sackhoff. Não assisti ao filme ainda, mas o game parece contar a mesma história, ou pelo menos ter personagens homônimos.
Apesar disso, a história do jogo não é muito clara, pelo menos não para aqueles que ainda não assistiram a versão cinematográfica. Basicamente, você está numa casa mal-assombrada e vai explorá-la, ler cartas e diários, tomar vários sustos, trocar a fraldinha e repetir tudo.
No PC e no PS4, você pode curtir a experiência toda em VR, e usando controles com sensor de movimento que foi como eu a usufruí. Ele tem gráficos bem bacanas e bons sustos, mas não dá para negar, explorar uma casa mal-assombrada está se tornando uma experiência bem comum em VR.
Talvez não seja coincidência, mas Don’t Knock Twice lembra muito um outro jogo em VR baseado em filme. Refiro-me, claro, a Paranormal Activity: The Lost Soul. A coisa é tão parecida que ambos os jogos terminam em um ritual feito em um pentagrama que, para ser acessado, exige cinco itens espalhados pela casa.
NÃO BATA DUAS VEZES
Há algumas diferenças, no entanto. Don’t Knock Twice é mais linear e, por causa disso, mais intenso. Na maior parte do tempo, apenas as portas pelas quais você pode entrar estão abertas, o que diminui a sensação de exploração, mas aumenta o teor trem fantasma da coisa.
Os controles também são melhores, ainda que não perfeitos. Aqui optaram por lançar mão do teleporte. Você segura um botão e um cursor aparece no chão. Mire onde deseja ir e solte, e você vai aparecer lá. No entanto, o problema de abrir portas continua. Está na hora de as desenvolvedoras perceberem que o PS VR não é preciso o suficiente para abrir uma porta com os movimentos reais. Outra coisa que incomoda é que é apenas possível girar em ângulos de 90 graus, evitando movimentos mais sutis.
Quando abri o jogo pela primeira vez e dei uma olhada nos troféus, fiquei com a sensação de que ele seria um tanto longo. Percebi que havia colecionáveis e armas (há troféus para pegar o lança-chamas e o machado), o que denotava uma sustância maior do que a tradicional em jogos de VR.
Não é o caso, no entanto. Don’t Knock Twice dura apenas duas horas, e não há combate ou morte. As armas supracitadas servem apenas para abrir caminho (o que gera ótimos sustos – não que eu tenha gritado em algum momento, claro que não).
MÃOS FANTASMAS
Jogando com os dois Moves, o jogo segue o esquema tradicional de você ver duas mãos voando na sua frente e cada controle representa uma delas. No entanto, você fica o jogo inteiro tendo que carregar uma vela para poder iluminar seu caminho. Quando uma mão está carregando a vela e a outra um machado, você acaba tendo que jogar um dos itens no chão para poder abrir portas.
Uma inovação bacana que fizeram aqui é que apertar o triângulo estica a sua mão. Isso possibilita que você alcance coisas mais distantes e que ficariam difíceis de pegar graças ao limitado sensor da câmera. Graças a isso, pegar o que cair no chão não é mais um suplício, embora seria legal se você tivesse algum controle sobre a distância que o braço estica, e não apenas as duas posições, normal e esticado.
Graças à linearidade do jogo, não aconteceu aqui o que rolou no VR do Atividade Paranormal, de eu ficar andando a esmo sem saber o que fazer. Aqui estava sempre progredindo, o que ajudou bastante a criar um clima de medo.
DON’T KNOCK TWICE
Particularmente, devo dizer que estou um pouco de saco cheio de casas mal-assombradas em VR. Seria interessante que o jogo desse um pouco mais de contexto, o que talvez aumentaria seu envolvimento com a história, tornando-o mais do que apenas uma sequência de sustos.
Ainda assim, eu diria que Don’t Knock Twice está entre os melhores do seu gênero. Ele é intenso e curto o suficiente para manter sua jornada sempre assustadora. E, ao contrário de seus congêneres, esta é uma viagem que você pode fazer mesmo que não tenha um equipamento VR.
Se a temática interessa e você ainda não está cansado dela, Don’t Knock Twice é uma excelente pedida.