Algumas bandas fazem músicas sensuais. Outras fazem um som dançante. Existem ainda aquelas que criam letras engraçadinhas, e aquelas que se preocupam em explorar diferentes estilos musicais a cada canção, sem deixar de lado sua própria essência. Pois bem: Junksista é uma dupla de música eletrônica que consegue cumprir todos esses papéis com excelência.
Composta pela vocalista Diana Noir e o produtor Jürgen “Boog” Brischar, a banda procura criar músicas que embalem as pistas de dança em diversas frentes – das batidas agressivas do industrial às influências do funk, do synth-pop ao groove dos anos 80, do electroclash aos acordes distorcidos do nu metal. Para esses dois, não existem limites em termos de gênero musical.
Mas o que mais chama a atenção, com certeza, são as letras escritas por Diana e Boog. Elas são explícitas (beirando a pornografia, em alguns casos), mas carregadas de leveza e bom-humor. Algumas canções são mais poéticas ou emocionais que outras, mas a grande maioria se preocupa mesmo em falar de sexo de uma forma divertida, utilizando-se de metáforas inteligentes e provocantes.
Pelo título de músicas como Cunt Rocker, Aim for the Hole, Fuck ‘N Roll, Naked Wet Hot, Sexpectations, Bad Shag e All You Can Eat já dá para ter uma noção do que esperar, né? E mais: ainda que a maior parte das canções seja cantada em inglês, existem algumas também em alemão (Liebe 2.0) e francês (Eletronique), provando que a Diana entende mesmo de línguas.
Além da versatilidade das composições e do teor ousado das letras, as músicas da dupla são muito bem produzidas e cheias de pequenos efeitos que tornam cada faixa ainda mais única. E apesar de todas as experimentações, Junksista consegue se manter fiel a seu estilo: a voz marcante de Diana e a atmosfera meio dark, meio sexy das canções são inconfundíveis.
Mesmo que seja possível ver a influência de uma ou outra banda aqui e ali, Diana e Boog sabem se destacar e fazer um som totalmente original. Junksista tem cara de Junksista, e de nada mais – e isso é um elogio que não pode ser feito a muitas bandas.
Vale dizer que, mesmo sendo bem animado, o som dos caras é relaxante e segue um ritmo de batidas lentas. Também a voz de Diana é quase como um sussurro ao vento: meio cantada, meio falada, como uma confissão que não deve ser ouvida.
Para conferir essa mistura de estilos e uma letra cheia de safadezas, é só apertar o play aí embaixo. E, de quebra, o clipe tem a maior cara de uma produção do Tarantino: