Hoje é dia de mais um daqueles filmes europeus falados em inglês para mirar no mercado internacional. Dessa vez temos um terror claustrofóbico com uma temática deveras angustiante. Me acompanha nesta crítica Sem Ar?
CRÍTICA SEM AR
Sem Ar tem muitas características que eu amo. Um elenco pequeno, quase exclusivamente composto pelas duas protagonistas. Um único problema – absurdamente grande – para ser vencido. E, especialmente, o fato de se passar quase inteiro em uma pequena área.
Aqui conhecemos duas irmãs que vão curtir um mergulho. Embora isso não seja muito elaborado, elas parecem ser macacas velhas da atividade. Só que nada era capaz de prepará-las para o que iria acontecer. Uma delas fica presa embaixo de uma pedra enorme. Com ar e ferramentas limitadas, a outra segura a vida da irmã em suas mãos. Será que ela vai ter calma e frieza para lidar com a situação?
O MAR HOSTIL
Eu tenho muita vontade de fazer um mergulho desses um dia. Paradoxalmente, no entanto, tenho muito medo de morrer afogado. Acredito que, ao lado de queimado, sejam as duas piores formas de morrer. Então não precisava muito para Sem Ar ser angustiante para mim.
Porém, este tipo de filme tem um problema grave, que é a previsibilidade. Não interessa quão bons sejam os planos de escapar na primeira metade, você sabe que eles não vão dar certo. Afinal, se a moça é libertada nos primeiros 45 minutos, o filme acaba. Aí não tem jeito, um monte de coisas dá errado, mas é difícil se envolver porque você sabe de antemão que vai dar errado.
CRÍTICA SEM AR (MAIS UMA VEZ PARA O SEO)
Então a verdadeira emoção está próxima ao final. Será que a mulher vai morrer? Ou será salva? Os dois caminhos já foram seguidos várias vezes em filmes parecidos, então nem diria que existe uma previsibilidade aí. Porém, há fórmulas que todos seguem, como parecer que tudo está perdido antes de uma nova esperança popar. E Sem Ar segue à risca esta cartilha.
Em outras palavras, acabei curtindo mais a parte que sabia que ia dar errado, simplesmente porque não sabia COMO ia dar errado. O final, em si, parecia que eu mesmo estava escrevendo conforme o filme passava na minha frente. E isso esfria muito a experiência. Mesmo durando apenas 90 minutos, o final é tão óbvio que faz o longa parecer arrastado.
Sem Ar não é ruim. É bem mediano, na verdade. Seu principal pecado é justamente sua previsibilidade, e uma adesão tão contundente aos clichês de texto que parece “o primeiro roteiro do nenê”. Ele certamente teria espaço para ousar mais, já que a temática é excelente, mas no final das contas, é um filme de terror claustrofóbico entre tantos outros. E está bem lá, na média, sendo basicamente um filme nada de um gênero que me agrada.