Rainhas do Crime é baseado no gibi The Kitchen, da DC/Vertigo, e de autoria de Ollie Masters e Ming Doyle. No entanto, para alguém que não leu as HQs, como é meu caso, isso é um tanto surpreendente. Na verdade, Rainhas do Crime é um filme de máfia como tantos outros, não tendo herdado absolutamente nada da saborosa linguagem da nona arte.
GIRL POWER CRÍTICA RAINHAS DO CRIME
A história envolve estas três moçoilas.
Elas são casadas com membros da máfia irlandesa de Nova Iorque, que domina o bairro de Hell’s Kitchen (de onde sai o título original). Acontece que os maridões vão em cana e a turminha que deveria cuidar delas não está exatamente a fim de desembolsar a bufunfa necessária.
Elas, então, resolvem ajudar. A princípio, visitam os estabelecimentos que pararam de pagar proteção e descobrem que os pagamentos foram interrompidos por falta de proteção. Pois é, a máfia irlandesa estava agindo como os flanelinhas de São Paulo: pega o dinheiro e some, sem proteger nada. Elas resolvem melhorar o serviço. Ao invés de quebrar uns cocorutos, começam a de fato proteger as lojas.
Isso as faz crescer rapidamente na máfia, destronando os líderes anteriores e tendo que lidar com a atitude machista dos criminosos que não aceitam ser liderados por mulheres.
MUITO RÁPIDO, MUITO LENTO
Acima temos apenas uma sinopse, mas já dá para imaginar os caminhos que a história vai seguir, ainda que ela dê umas curvas surpreendentes. O problema é que o filme não se deu muito bem ao escolher onde da história fazer cortes. Tudo acontece muito rápido. Em um momento elas estão conversando com as lojas, e em outro já são as donas Corleonas.
Ainda assim, a narrativa passa a sensação de ser lenta. Falta o dinamismo comum na linguagem das HQs. Rainhas do Crime decide seguir a linha narrativa chamada de slow burn, mas em nenhum momento chega de fato a queimar.
Eu gosto de histórias de máfia e de criminosos em geral, mas, dentro do gênero, este é bastante fraco. Isso não significa que ele seja especialmente ruim. É simplesmente esquecível. Mais um filme nada a engordar as fileiras do gênero.