Pela sinopse, O Peso do Passado parece ser um filme policial de ritmo acelerado, mas não se engane. Nada explode aqui.

O Peso do Passado, Destroyer, Nicole Kidman, Delfos
Apesar da imagem, não espere um longa de ação.

O Peso do Passado, Destroyer, Nicole Kidman, DelfosO filme começa com a policial Erin Bell (Nicole Kidman) investigando uma cena de assassinato. O presunto tem uma tatuagem no pescoço que a lembra de seu passado. Não demora para ela falar para os colegas que sabe quem foi o meliante. Mas nada de trabalho cooperativo. Erin trabalha sozinha.

DUAS LINHAS DE TEMPO

A partir daí, o filme se divide em duas narrativas, separadas por mais de 15 anos. Na prequência, vemos a protagonista se infiltrando em uma gangue, e temos a chance de conhecer um pouco cada um de seus parceiros no crime. Aos poucos, vai se revelando O Peso do Passado.

Na atual, a moça vai visitando um a um em busca de pistas que a permitam chegar ao que ela acredita ser o assassino.

É tipo um reencontro entre colegas de escola, só que ela odeia todos os seus amigos. Pensando melhor, é exatamente como um reencontro entre colegas de escola.

Em outras palavras, sua história não apresenta grandes novidades, bem como sua linha narrativa dupla, que está cada vez mais clichê. Para completar, o andamento é bem lento. Tudo isso combinado deixa O Peso do Passado, para ser franco, bem chato.

NICOLE CRIANÇOMEM

Uma coisa específica, aliás, chamou minha atenção.

O Peso do Passado, Destroyer, Nicole Kidman, Delfos
A Nicole Kidman está irreconhecível.

Você consegue enxergar a atriz que conhecemos na foto acima? Pois no filme em si, em movimento, ela está ainda mais diferente. Não me lembro de ter visto uma transformação tão grande de um ator antes. Até mesmo quando o Jim Carrey fez o Grinch eu ainda conseguia ver o sujeito. Aqui ela simplesmente sumiu. E não me refiro à atuação propriamente dita. Acredito que foi mais um trabalho de maquiagem mesmo.

Inclusive, nas cenas do passado, ela aparece com o rostinho famoso, então a ideia é mesmo que os anos que separam as linhas foram cruéis para a moçoila. Curiosamente, não apenas para ela. A gangue inteira era composta de pessoas que poderiam estampar capas da Capricho, e na linha atual todo mundo ficou feio.

Tirando ver uma atriz famosa sem a cara que lhe deu fama, no entanto, O Peso do Passado traz muito pouco para justificar uma ida ao cinema. Aliás, nem para ver na TV eu recomendo. Tem muitas outras coisas melhores para fazer com duas horas do seu tempo.

REVER GERAL
Nota:
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. É o autor dos livros infantis "Pimpa e o Homem do Sono" e "O Shorts Que Queria Ser Chapéu", ambos disponíveis nas livrarias. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
critica-o-peso-do-passadoTítulo: Destroyer<br> Ano: 2018<br> Distribuidora: Diamond Films<br> Duração: 120 minutos<br> Diretor: Karyn Kusama<br> Roteiro: Phil Hay e Matt Manfredi.<br> Elenco: Nicole Kidman, Toby Kebbell, Tatiana Maslany e Sebastian Stan.