Eu gosto muito da série Missão: Impossível. Curiosamente, embora esta seja a quarta crítica da série publicada no DELFOS (links ao final da matéria), é a primeira vez que escrevo uma crítica Missão Impossível. E desta vez com o abocanhado título Missão Impossível Acerto de Contas Parte 1. Bora nessa?
MISSÃO IMPOSSÍVEL ACERTO DE CONTAS PARTE 1
Outra curiosidade é também uma confissão. Ao mesmo tempo que acho Missão Impossível deveras divertido, eu não assisti a todos. Na real, nem lembro a quais exatamente assisti. Mas lembro que gostei de todos os que vi. E Acerto de Contas Parte 1 não é exceção. Vamos à sinopse.
O vilão da vez é uma IA. Pois é, um programinha. O programinha em questão tem o poder de alterar absolutamente tudo que é digital. Ou seja, radar, contas bancárias, câmeras de segurança. É um poder absurdo, e todos os governos do mundo estão querendo controlar o desgramado.
E aí entra a pegadinha. Embora tenha todo o jeito de ser uma ferramenta usada por um vilão que mexe nos bigodes enquanto acaricia um gato, o vilão é o próprio programinha. Pois é, o bichinho criou consciência, então outro nome possível para Acerto de Contas Parte 1 seria Missão Impossível Skynet.
MISSÃO IMPOSSÍVEL SKYNET
Sinceramente, este negócio do algoritmo ser consciente me afastou um pouco. Eu engulo perfeitamente todas as deliciosas baboseiras que Missão Impossível Acerto de Contas solta a todo momento (a cena do paraquedas é puro deus ex machina). Mas sei lá, me parece que o programa ser uma ferramenta a ser vendida por um terrorista ou algo do tipo teria mais a ver com a pegada da série até agora.
O ponto da Missão Impossível, se o Tom Cruise optar por aceitá-la, é encontrar duas metades de uma chave. Ninguém sabe como e onde usar a chave, mas é aceito por todos os personagens que usá-la permite destruir ou controlar a IA malvada. O governo dos EUA, e todos os outros, querem usá-la para dominar o mundo. Tom Cruise e seu grupo de heróis bonitões acha que isso é poder demais para qualquer governo, então querem destruí-la.
Esta é a pegada para uma série de perseguições e cenas de ação embasbacantes e maravilhosas, em que os heróis são perseguidos de todos os lados. Agentes do governo, polícia, e até minions da inteligência artificial estão contra eles.
PERSEGUIÇÕES E EXAGEROS
A cena da perseguição em ruas apertadas da Europa é um bom exemplo disso. Os heróis estão fugindo. Fugindo de quem, você pergunta? Aparentemente do mundo todo, já que cada vez que viram a esquina um novo grupo de antagonistas aparece.
Isso funciona muito bem para um filme de ação descompromissado. Missão Impossível Acerto de Contas Parte 1 é emocionante, engraçado e extremamente bobo. E ao contrário do que pode parecer, eu digo tudo isso da forma mais positiva possível. Manja aquela filosofia Dare to be Stupid? É por aí.
Missão Impossível Acerto de Contas Parte 1 é tão bobo que você sequer questiona as cenas mais absurdas do filme – como a supracitada do paraquedas. Tem até um ponto que é literalmente uma adaptação para o cinema daquela famosa cena da escalada no trem pendurado de Uncharted 2.
MISSÃO IMPOSSÍVEL ACERTO DE CONTAS PARTE 1: E A PARTE 2?
E daí chegamos no grande vilão em potencial da história. Parte 1? Pois é, Missão Impossível Acerto de Contas Parte 1, apesar de beirar as quase três horas de duração, não é uma história completa. Pelo menos, ao contrário de Através do Aranhaverso, você já sabe disso pelo próprio título, antes mesmo de comprar o ingresso.
E aí volto naquela minha velha crítica. Sou mais do que a favor que as histórias usem o tempo necessário para serem contadas. Porém, se a sua história dura seis horas, talvez o cinema não seja a forma mais apropriada de contá-la. Além de ser cansativo ficar três horas na poltrona, sem pausa para um xixi camarada, esperar um ano ou mais pelo próximo episódio é simplesmente um assassino de narrativas.
Dito isso, Missão Impossível Acerto de Contas Parte 1 até faz um bom trabalho dentro dessas limitações. O filme é extremamente divertido e emocionante, a ponto que você não sente que passou quase três horas assistindo. O ponto de corte também foi bem escolhido, deixando claro que a história não terminou, mas sem dar aquela sensação de coito interrompido que atrapalhou tanto Através do Aranhaverso.
Então minha opinião é que Missão Impossível Acerto de Contas Parte 1 seria mais confortável de assistir como uma série de TV, mas é tão legal que sem dúvida merece seu tempo. Se não consegue esperar ir para o streaming, mas tem uma bexiga de aço abençoada por Odin, certamente vale o ingresso.
MAIS MISSÃO IMPOSSÍVEL:
- Protocolo Fantasma: escrita por Daniel Villela.
- Nação Secreta: por Carlos Cyrino.
- Efeito Fallout: por Carlos Cyrino.