Adivinha só, você está lendo nossa crítica Loucas em Apuros. Uau, né? Mas então, chega de delongas. Como você já sabe pelo uso da palavra “apuros” no título, esta é uma comédia. Um dos produtores é o Seth Rogen e, veja só, tem muito da marca dele aqui, no que eu vou cunhar de “estilo Seth Rogen de comédia”.
Outra curiosidade é que uma das roteiristas é Cherry Chevapravatdumrong. Talvez você nunca tenha ouvido falar, mas ela me chamou a atenção quando fazia parte da equipe de escritores de Family Guy. Só que não pelo texto, mas por seu nome enorme, que já foi até tema de piada em alguns episódios da série.
CHERRY CHEVAPRAVATDUMRONG (sim, eu dei ctrl+c, ctrl+v)
Loucas em Apuros tem uma temática bacana, mas é ao mesmo tempo uma comédia bem tradicional de seu estilo. Aqui conhecemos quatro sino-estadunidenses que vão para a China. Três delas falam chinês e são de alguma forma conectadas a sua ancestralidade. A outra, no entanto, é “quase branca”, como as amigas a chamam. Inclusive, ela está numa viagem a trabalho e levou uma das amigas para ajudar na interpretação.
Apesar de o começo, e o próprio trailer, darem a entender que o filme vai abordar questões raciais, ele na verdade trata mais da ancestralidade, com a temática estranho no ninho. Como esta estadunidense vai reagir ou se enturmar em um país diferente, onde as pessoas são fisicamente parecidas com ela, mas têm comportamentos e culturas bem diferentes?
As próprias quatro mulheres principais representam arquétipos bem conhecidos das comédias. Tem a certinha, a tarada, a nerd com problemas sociais. Enfim, Loucas em Apuros definitivamente não reinventa a roda. Então o importante aqui é a gente falar se a roda está bem temperada.
CRÍTICA LOUCAS EM APUROS E O TEMPERO DA RODA
Lembra quando disse que o filme segue o “estilo Seth Rogen de comédia”? Então… com isso quero dizer que é uma historinha bonitinha de amizade, que poderia passar na Sessão da Tarde. Poderia, se o humor não fosse totalmente adulto, cheio de palavrões e insinuações sexuais. É o famoso “filme de criança que crianças não podem assistir”, tão tradicionalmente ligado ao Seth Rogen que é até estranho que ele seja apenas produtor, sem ter participado do roteiro ou mesmo atuado.
O lado bom é que as piadas funcionam. Eu ri alto em vários momentos e me diverti bastante nos pouco mais de 90 minutos que a sessão durou. Eu sabia exatamente o caminho que a história seguiria, e até mesmo onde haveria viradinhas, mas mesmo assim foi uma jornada aprazível.
Loucas em Apuros, portanto, não é um filme imperdível ou que vai mudar a vida de ninguém. Porém, faz um bom trabalho em entreter por 90 minutos, e às vezes isso é tudo o que queremos de um filme.