Antes de falarmos de Ghostbusters Apocalipse de Gelo, deixa eu fazer uma coisa que não faço aqui faz tempo: falar dos bastidores. Não faço isso há alguns anos porque depois que você acostuma com a rotina, acaba ficando tudo igual. Hoje não. Hoje foi diferente.
A sessão de imprensa foi marcada em um lugar diferente. Ao invés de um cinema de shopping, foi no MIS: Museu da Imagem e Som. A última vez que fui lá foi para entrevistar o Michel Gondry. Eu nem sabia que tinha um cinema lá. Além do local inusitado, a cabine foi à tarde (normalmente são de manhã) e teríamos acesso antecipado à exposição de Ghostbusters que abriria para o público no dia seguinte (a exposição acontece lá de 4/4/24 a 5/5/24). Tirando o filme em si, acredito que todo o resto deu errado.
BASTIDORES DO JORNALISMO
Os jornalistas ficaram acumulados do lado de fora do museu e só puderam entrar muito depois do horário previsto para o início da sessão. Daí, quando começaram a lista, uma fila desorganizada foi formada, completo com muitos audaciosos fura-filas cara de pau. O filme em si começou com quase uma hora de atraso. Como a sessão já era à tarde, cheguei de volta no Oráculo quando já estava escuro.
Antes do filme, fui ao banheiro e vi que muita gente estava entrando na área de exposição. Entrei também, pois seria uma forma de aproveitar melhor o tempo de ócio. Mas fui tirado dali pelo segurança. Aparentemente não era pra entrar ainda, mesmo tendo gente entrando.
O acesso à exposição estava marcado para acontecer depois da sessão. E de fato, quando saímos da sala tinha uma fila para visitar o local. Mas boa parte das peças que seriam expostas ainda não tinham chegado. Então basicamente o que pudemos ver foram as instalações. Tinha itens identificados, como “cartão de visita de Peter Venkman”, mas o cartão não estava lá. O que estava ligado era alguns hologramas faux que mostram alguns dos fantasmas da série de forma mais interessante do que se fosse simplesmente um filme. Então isso foi o que aconteceu. Agora é hora de falar do prato principal.
CRÍTICA GHOSTBUSTERS APOCALIPSE DE GELO
Caça-Fantasmas teve um tremendo impacto na minha vida. Eu amava o desenho e amava os filmes originais. Quem diria que 40 anos depois teria tido a oportunidade de estar na sessão de imprensa de três novos filmes, agora chamados de Ghostbusters. É mais até do que existia durante toda minha juventude. Links no final da crítica, como sempre.
Eu não gosto do Ghostbusters Mais Além. Até me surpreendi que dei três Alfredos na minha crítica. Assisti novamente depois, e o acho muito, MUITO fraco. Assim, não tinha grandes esperanças para Ghostbusters Apocalipse de Gelo. É muito bom se surpreender.
Mais Além é um episódio piloto. Um filme que se estende demais com muito pouco do que realmente entendemos como Caça-Fantasmas. Felizmente, Apocalipse de Gelo já chega chegando, mostrando logo de cara um fantasma sendo caçado e nos lembrando que, antes da unificação global das propriedades intelectuais, esta série se chamava Caça-Fantasmas.
BUSTING MAKES ME FEEL GOOD
A abertura é uma cena de ação bacana, algo quase inexistente em Mais Além. Mas é também muito engraçada. Ela dá o tom divertido e escrachado que todo mundo espera de uma marca criada originalmente por dois comediantes.
E esta é a grande pegada do longa. Ele de fato parece um longa dos Caça-Fantasmas. E digo isso independente da presença do elenco original. Mas eles também aparecem bem mais do que em Mais Além, com exceção do sempre escorregadio Bill Murray, que nunca quer voltar. Ele aparece, mas ao contrário de Dan Aykroyd e Ernie Hudson, que são personagens importantes na história, ele só aparece para você falar “olha, é o Bill Murray”.
Até a história é muito mais bacana. No filme anterior tinha aquela coisa estranha de o mundo parecer ter esquecido dos Caça-Fantasmas. Aqui isso foi retconado. Todo mundo lembra deles e do que eles fizeram – inclusive que destruíram a cidade para salvá-la.
GHOSTBUSTERS APOCALIPSE DE GELO: SOMETHING STRANGE
Mais Além queria começar de novo, e não fez isso bem. Apocalipse de Gelo opta por ser uma continuação direta dos três filmes anteriores, juntando bem a turma nova, que demonstra ser também muito carismática, com os originais. Um dos primeiros conflitos do filme, que infelizmente não é tão desenvolvido quanto eu gostaria, envolve o fato de que o tanque em que os heróis “guardam” os fantasmas desde 1990 está cheio. Aí sim. Se é pra ser uma continuação, é assim que se faz. Não é legal fingir que o que rolou antes não aconteceu até as participações especiais no clímax.
Eu saí do MIS um tanto incomodado com o atraso e o horário que ia chegar em casa, mas admito que estava bem satisfeito com o filme. Ghostbusters Apocalipse de Gelo é divertido, é engraçado, tem boas cenas ação e heróis carismáticos. Em outras palavras, é um Caça-Fantasmas mais digno do nome do que Mais Além. Mas, psiu, agora a gente precisa chamá-los de Ghostbusters. Então termino perguntando…