Eu adoro quando filmes têm sinopses curtas e simples. Faz tempo que a gente fala por aqui que longas de ação descompromissados não precisam de muita história. Isso facilita muito o trabalho de escrever a crítica Bloodshot.

CRÍTICA BLOODSHOT

Crítica Bloodshot, Bloodshot, Vin Diesel, Sony, DelfosSe liga: eles mataram a mulher dele. Na frente dele. E depois o mataram. Um cientista o traz de volta à vida com superpoderes. Ele quer vingança. Tão lindo quanto eficiente.

Se você é como eu, provavelmente já teria uma boa ideia do que seria o filme só pela sinopse, certo? Pois você, como eu, estaria errado. Não é nem o caso de que a história é especialmente criativa ou inédita. Na verdade, ela lembra muito o tremendão O Procurado. Porém, o fato de eu achar que ele viraria para a direita, e daí acabou virando para a esquerda é grande parte do motivo para eu ter gostado tanto dele.

Isso porque, antes da curva em questão, eu estava esperando um longa de ação pra lá de genérico. Nem engraçado nem estiloso o suficiente para destacá-lo da massa dos Testosterona Totais. Mas daí ele me surpreendeu. E eu gosto de ser surpreendido. Porém, para manter a sua surpresa, não falarei mais sobre isso.

BASEADO NA HQ

Bloodshot foi criado por Kevin VanHook e Yvel Guichet em 1992. O personagem foi publicado pela editora Valiant, que obviamente não tem o mesmo poder de fogo de uma Marvel ou DC.

Admito que não conhecia os gibis, mas a julgar pelo filme, é tudo bem típico da linguagem quadrinhística. O herói é o Bloodshot, mas poderia muito bem ser o Justiceiro, ou o Wolverine, ou o T-1000.

Aliás, o Bloodshot realmente parece uma mistura entre os dois últimos. Ele é tão absurdamente invulnerável que sequer tenta evitar danos. Ele deixa granadas explodirem na sua mão, toma escopetadas na cara e diversos outros probleminhas que matariam fracotes como o Homem-Aranha.

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O Bloodshot é totalmente indestrutível.

O engraçado é que nas HQs eu nunca fui muito fã desses super-heróis indestrutíveis e sem fraquezas. Porém, no cinema, aquela velha história de o herói vencer um exército e sair sem nenhum arranhão me diverte adoidado. E este é um personagem que parece feito sob medida para o Vin Diesel, uma vez que ele não tem o carisma e o humor de um Dwayne Johnson, por exemplo.

Bloodshot, o filme, é como uma HQ genérica que você pega para ler quando não tem nada melhor para fazer. É um filme de ação divertido e competente, mas não reinventa a roda e nem tenta ser melhor do que realmente é. É o típico “desligue o cérebro e divirta-se”. E sempre é bom dar uma desligada no cérebro.

REVER GERAL
Nota:
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. É o autor dos livros infantis "Pimpa e o Homem do Sono" e "O Shorts Que Queria Ser Chapéu", ambos disponíveis nas livrarias. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
critica-bloodshotTítulo: Bloodshot<br> País: China / EUA<br> Ano: 2020<br> Distribuidora: Sony<br> Duração: 1h49m<br> Diretor: Dave Wilson<br> Roteiro: Jeff Wadlow e Eric Heisserer<br> Elenco: Eiza González, Sam Heughan, Vin Diesel e Guy Pierce.