Crítica A Maldição da Chorona: buá!

Encosta sua cabecinha no meu ombro e chora.

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Diga o que quiser de A Maldição da Chorona (e eu vou dizer um monte), mas não dá para chamar seu título de genérico. Na verdade, ele é tão exótico que dá para ficar em dúvida se é um filme de terror ou uma sátira ao gênero.

Pois cá está o DELFOS para responder a esta pergunta. A Maldição da Chorona não é uma sátira. Embora flerte com o humor em alguns momentos, temos aqui um filme de terror sobrenatural bastante do formulaico.

CRÍTICA A MALDIÇÃO DA CHORONA

A Chorona do título é uma lenda latina. Trata-se do espírito de uma mulher ciumenta que matou seus próprios filhos e depois se arrependeu. Desde então, ela chora. E enquanto isso ela mata crianças inocentes ao redor do mundo.

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A história é contada do ponto de vista de Anna (Linda Cardellini, a Velma do Scooby-Doo). Ela é uma assistente social que visa proteger os pimpolhos de uma família latina que parecem estar sendo maltratados pela mãe. As crianças acabam morrendo, e logo ela descobre a raiz do sofrimento vivido pela moça que perdeu os filhos.

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Não vamos dourar a pílula. A Maldição da Chorona é ruim. Quão ruim? Exatamente o quanto você espera. Ele está bem no nível do cinemão de terror sobrenatural hollywoodiano, inclusive seguindo todas suas fórmulas e pontos narrativos.

O curioso, e agora eu vou falar um pouco de bastidores, foi a, digamos, “agressiva” reação dos jornalistas presentes à sessão de imprensa. Sem exagero, três pessoas foram embora no meio do filme, o que é raríssimo de acontecer, considerando que eles, teoricamente, foram lá para trabalhar.

Mais comum, mas também digno de nota, é o fato de aqueles que não saíram terem passado boa parte da projeção rindo de pontos que deveriam ser aflitivos, não engraçados. Desta forma, é fácil imaginar que A Maldição da Chorona será execrado pela imprensa nacional.

CUNHÉ!

Talvez injustamente. Afinal, ele está longe de apresentar qualquer novidade, ou mesmo de ser um filme competente, mas não é a pior coisa que assisti neste ano, nem em qualquer outro ano.

Claro, disso a ponto de eu recomendar que você compre ingressos há um abismo. Não, não compre ingressos. Este é mais um daqueles casos em que eu assisti para que você não precise fazê-lo. Mas ainda assim, a reação da imprensa paulistana me surpreendeu.

CURIOSIDADE:

Quando eu era uma tenra criança de bochechas rosadas, e queria usar uma onomatopeia representando choro, eu não usava “buá”, mas “cunhé”. Por quê? Sei lá, imagino que o Corralinhos achava esta palavra mais parecida com barulho de choro. E hoje, ela foi imortalizada no intertítulo de uma crítica delfiana.

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Nota:
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. É o autor dos livros infantis "Pimpa e o Homem do Sono" e "O Shorts Que Queria Ser Chapéu", ambos disponíveis nas livrarias. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
critica-a-maldicao-da-chorona-buaTítulo original: The Curse of La Llorona<br> País: EUA<br> Ano: 2019<br> Estreia no Brasil: 18 de abril de 2019<br> Distribuidora: Warner<br> Duração: 1h33m<br> Diretor: Michael Chaves<br> Roteiro: Mikki Daughtry, Tobias Iaconis<br> Elenco: Linda Cardellini, Raymond Cruz, Patricia Velasquez.