Conspiração Americana

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O delfonauta dedicado já sabe do meu apreço por dramas de tribunal. Conspiração Americana é basicamente isso, tendo como pano de fundo o assassinato do presidente estadunidense Abraham Lincoln.

James McAvoy é um ex-militar iniciando na carreira de advogado que é relutantemente incumbido de defender a dona de uma pensão, aonde os conspiradores planejaram o assassinato. A moça jura ser inocente, mas o governo e os militares não estão dispostos a dar a ela o benefício da dúvida. Aliás, o próprio protagonista não se considera a pessoa apropriada para o trabalho, uma vez que deseja ver a moça queimar no inferno.

Em muitos momentos, Conspiração Americana me lembrou O Exorcismo de Emily Rose. Troque as forças do inferno pelo governo dos EUA (ok, é quase a mesma coisa, mas…) e o resto é praticamente igual, do advogado de defesa relutante ao cliente que se diz inocente mesmo sem ninguém acreditar nisso. Caramba, os dois têm até o Tom Wilkinson no elenco!

Infelizmente, Conspiração Americana é bem menos interessante e emocionante do que o supracitado. É difícil para nós, brasileiros, nos envolvermos em um caso tão estadunidense. E inclusive diferenças culturais tornam a história e alguns diálogos um tanto bobos. Manja aquele patriotismo que eles têm de sobra e pra gente parece bobo? Por aí.

Tirando o tema principal, no entanto, trata-se de um bom filme, com bons desempenhos dos atores, bom figurino e uma iluminação belíssima. Nada disso justifica o ingresso, mas dá para ver que o negócio foi feito com esmero e capricho. Para um estadunidense nativo, provavelmente este filme é muito melhor do que para nós. E talvez até por isso mesmo demorou dois anos para estrear aqui.

É raro um filme nada se encaixar tão perfeitamente na descrição imortalizada pelo Cyrino, mas este é um desses casos. Se o tema ou o gênero lhe apetecem, no entanto, pode ser um bom programa. Para os demais, aguardem para ver na TV.