O Metal tem tantas subdivisões, tantos microcosmos diferentes dentro de si mesmo, que às vezes é bom, quase um refresco, quando surge uma banda mais tradicional, com uma proposta mais simples e old school.
É o caso dos Conquistadores, quinteto de Osasco formado em 2007, o que reflete plenamente em seu álbum de estreia, À Beira da Loucura. Eles tocam um Metal tradicional, de influências oitentistas, mais cadenciado e cantado em português.
O grupo mostra mais uma boa força de conjunto do que brilhos individuais. A bateria e o baixo são OKs, a dupla de guitarras também possui boa técnica, destacando-se mais por suas mudanças de andamentos e bons riffs e fraseados.
Apenas o vocalista Alan Bianco está um nível abaixo, em muitos momentos deixando sua voz ser engolida pelo instrumental. Contudo, apresenta claramente potencial para melhorar. Já liricamente, nunca gostei dessa temática voltada para o próprio umbigo e/ou bélica que várias bandas do estilo possuem.
Letras como as de Poder e Glória, Lutar e Conquistar, Guerreiros do Metal e Marcha Metal, além de Morte aos Falsos, que possui um videoclipe que você confere abaixo, são de certa forma uma tradição do estilo, mas simplesmente não se conectam comigo. Simplesmente não é o tipo de assunto que me desperta interesse.
E olha que Guerreiros do Metal, musicalmente, é a minha favorita do disco. Para mim, é o melhor exemplo dessa pegada de Speed Metal tradicional que é a proposta do conjunto. Sua progressão, as cavalgadas de guitarra, tudo nela o transporta diretamente para a década de 80.
Contudo, quando variam na temática das letras, como na divertida ode às profissionais da cama Putanas, o conjunto música e letra fica muito mais interessante, ao menos para o meu gosto pessoal.
À Beira da Loucura possui uma proposta sonora bastante clara e a cumpre com muita competência do começo ao fim. Pode não ser um dos discos mais criativos, mas tem energia suficiente para merecer uma orelhada.