Conan, O Bárbaro

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Irmãos em todo lugar, levem suas mãos para o ar! Cá estou eu, guerreiro do mundo, para analisar mais uma vez um filme que é trüe demais para ser visto pelos mariquinhas que compõem a equipe fixa deste site. E já que o assunto de hoje é trüeza, vamos começar concordando que este filme tinha potencial para ser o mais trüe da história.

O cimério Conan nasceu em uma batalha e, quando era um reles, porém espadaúdo, infante, teve sua aldeia atacada por bandidos que mataram seu pai e seus amigos. Agora, já crescido e musculoso, vaga pelo mundo cantando músicas do Manowar e procurando pelo assassino de seu progenitor.

É uma história de vingança já conhecida, até por ser baseada em minha própria vida. Porém, Conan não é um filme que as pessoas veem pela história, mas pelos músculos e por demonstrações gratuitas de macheza. Aliás, tem gente que assiste filmes por outros motivos?

E demonstrações de macheza não faltam, meu amigo. Para uma adaptação de capas de discos de heavy metal, até que eles foram bem fiéis a toda a profundidade do mascote das capas do Manowar. O próprio Conan se define: “eu vivo, eu amo, eu mato”. Os três mesmos princípios pelos quais eu levo minha vida, e não poderia ter dito melhor.

Ainda criança, Conan já mata sozinho quatro guerreiros adultos. Quando cresce, a escala das batalhas cresce junto e nosso herói, claro, passa por elas sem nenhum arranhão. A coreografia é exatamente como deveria ser para o personagem: estilosa, mas bruta, sem parecer aquele balé comum nos filmes de samurai dos quais as frutas tanto gostam.

O visual também é muito bem cuidado. Dá para perceber que a equipe do diretor Marcus Nispel analisou cada uma das capas do Manowar para manter o visual o mais fiel possível. E conseguiu.

Apesar de todas as qualidades, no entanto, Conan, O Bárbaro tem muitas das características de um filme nada. Está um pouco acima disso, mas perigosamente próximo. Realmente parece que boa parte do cuidado foi para o visual e coreografias, não para coisas que os mariquinhas gostam, como desenvolvimento de personagens ou história. Tem até a obrigatória cena da donzela em perigo.

Acima de tudo, no entanto, este filme parece videogame, e não digo isso positivamente, como é o caso de Mandando Bala. A impressão é que cada minuto do longa é uma cutscene de um jogo. Em outras palavras, até é legal, mas não foi para isso que o compramos, e sim para encher os inimigos de porrada.

Quer um exemplo da inspiração videogamística? Em determinado momento, Conan tem que puxar uma corrente enquanto é atacado por vários inimigos. Mais God of War impossível.

Conan cumpre o que promete. Tem cenas de ação legais, mulheres peladas, sangue claramente falso, demonstrações de macheza gratuitas e trüeza generalizada. Porém, não é tão divertido ou empolgante quanto poderia ser. E isso é uma pena, já que o personagem das capas do Manowar tem muito mais motivação, carisma e personalidade. E olha que ele nem tem rosto!

CURIOSIDADES:

– Ron Perlman, o Hellboy é o pai de Conan, Dorin. Curiosamente, ele fez a voz do próprio Conan no excelente jogo do personagem, disponível para Xbox 360 e PS3. Ele também dublou o cimério no desenho inédito Conan: Red Nails.

– O diretor Marcus Nispel também dirigiu os legalzudos Sexta-Feira 13 e Massacre da Serra Elétrica.