Os jogos da From Software, a saber, Demon’s Souls, Dark Souls I e II e Bloodborne são lendários. Todos eles têm um status cult absurdo e fama de estarem entre os jogos mais difíceis já feitos. Justamente por isso, eu nunca tive interesse em comprar um deles. Jogo videogames para me divertir, não para ficar frustrado e repetindo os mesmos checkpoints por horas.
Porém, no último mês eu fiquei obcecado pela nova versão de Dark Souls 2, Scholar of the First Sin tendo passado mais de 60 horas nele. Eu já escrevi sobre ele detalhando o que tinha de novo e como era passar para ele depois de jogar Bloodborne.
Agora que tive um tempo para jogar mais e consegui terminá-lo, pensei em escrever uma resenha completa. Porém, trata-se de um jogo que, em sua primeira versão saiu há mais de um ano e cujas novidades do relançamento já foram abordadas por mim no texto anterior. Por isso, ao invés de uma resenha, pensei que seria mais interessante escrever uma crônica, falando sobre como foi este mês de abril de 2015 na minha vida gamer, que foi quase totalmente ocupada por Dark Souls II: Scholar of the First Sin.
TODA RELAÇÃO TEM UM COMEÇO
Apesar de achar que eu não curtiria os jogos, ainda assim, sou gamer e, como tal, sempre tive curiosidade para experimentá-los. A oportunidade surgiu alguns meses atrás, quando Demon’s Souls fez parte da line-up da Playstation Plus. Eu baixei o jogo e resolvi experimentá-lo.
Comecei a jogá-lo e, para minha surpresa, estava gostando muito. O visual era caprichado, a jogabilidade era interessante e, principalmente, a atmosfera era muito bem feita, tornando um prazer explorar. Joguei por volta de uns 40 minutos até que eu morri pela primeira vez. Para minha surpresa, eu perdi TODO o meu progresso. Isso é algo que considero imperdoável nos games atuais. Não quero passar horas fazendo a mesma coisa. Assim, já fiquei bem desanimado.
Resolvi tentar de novo, e na minha segunda vida, joguei até o primeiro chefe. Lutei contra ele com o maior cuidado para não perder todo meu progresso de novo e consegui vencer de primeira. Aí sim teve checkpoint. Porém, a promessa de eu ter que jogar mais uma hora sem morrer para encontrar o próximo, me desanimou tanto que eu resolvi parar, mesmo estando gostando do jogo.
BLOODBORNE
O tempo passou, e Bloodborne, novo jogo da From, saiu. Trata-se de um exclusivo para PS4 que recebeu elogios universais da crítica especializada. Não quis comprá-lo de cara pois sabia do seu “pedigree”. Porém, esta geração do PS4 tem uma grande falta de jogos AAA, e admito que estou carente de grandes jogos. E a cada artigo sobre ele que lia, mais ficava com vontade de jogar. Não dá para negar, eu fui pego pelo hype.
Alguns dias depois do lançamento, eu vi, aqui mesmo no DELFOS, um banner do Submarino, vendendo o jogo por R$150, bem abaixo do preço de tabela e, como ele tinha acabado de sair, era imperdível. Não sabia se ia conseguir jogar até o fim nem se ia gostar dele, mas resolvi apostar para descobrir.
O jogo chegou quando eu estava terminando de jogar para resenhar o Battlefield Hardline.
Terminei minhas obrigações profissionais (ou seja, finalizar o jogo e escrever a resenha supralinkada) e, no dia seguinte, respirei fundo e coloquei Bloodborne no meu PS4.
UMA RELAÇÃO CONTURBADA
Comecei a jogar. O primeiro inimigo era um lobisomem. Eu não tinha armas. A solução era enchê-lo de porrada. Fiz isso. Morri. Fui teleportado para o Hunter’s Dream. Porém, antes de explorar o hub, voltei até o bicho e insisti até conseguir vencê-lo, o que levou dezenas de tentativas.
Agi errado. Acontece que, se tivesse explorado o Hunter’s Dream, teria recebido armas, o que tornaria a batalha muito mais fácil. Como eu sabia que o jogo era supostamente difícil pra caramba, nem pensei nessa possibilidade e encarei a luta com garra. Pensei “espero que isso seja um chefe, porque se for um inimigo padrão e todos forem assim tão difíceis, vai ser complicado jogar”.
Patetada minha à parte, depois peguei minhas armas e saí explorando Central Yharnam. Depois do sufoco com o lobisomem, me espantei quão rápido os inimigos humanoides estavam morrendo. Mas eu também morri. Morri muito, sem conseguir chegar a nenhum checkpoint. Porém, para minha surpresa, eu estava me divertindo.
Depois de várias tentativas, consegui abrir o atalho para a lanterna central. Pouco depois encontrei o primeiro chefe, e o matei de primeira. Subi de nível algumas vezes e continuei jogando, até encontrar o Father Gascoigne (por que diabos os nomes nesse jogo são tão difíceis de digitar?). Aí eu apanhei, delfonauta. E como apanhei.
Já estava com algumas horas de jogo, e resolvi parar e continuar depois. Daí veio a pior parte: o jogo não carregava o save, pois dizia que ainda estava instalando. Já vi outros jogos que instalam em background enquanto você joga, então não me preocupei. No dia seguinte, no entanto, o jogo dava a mesma mensagem. Apaguei do HD, instalei de novo, tentei jogar sem instalar a atualização. Enfim, tentei de tudo e nada de continuar meu jogo. Obviamente, o pior que pode acontecer com um game é ele não salvar. Torna simplesmente inviável jogá-lo. Fiquei pensando se meu disco estava com problema, por mais improvável que isso seja.
Encontrei algumas pessoas online com o mesmo problema, dizendo para fazer outro personagem, e daí eu iria conseguir escolher meu save anterior ao criar um novo jogo. Não deu certo. Finalmente, vi um salvador dizendo para você criar um novo e jogar até a primeira lanterna. Fiz isso, e daí sim, funcionou. Problema resolvido. Mas era um problema que não deveria ter acontecido, especialmente com uma mensagem colocando a culpa na instalação.
A partir daí, tudo rolou suavemente. Quer dizer, eu morri pra caramba. Fiquei uma tarde inteira até conseguir matar o maldito padre, mas depois disso até que consegui avançar no jogo de forma constante. Terminei, e logo em seguida joguei de novo no New Game Plus.
Ao final do New Game Plus, que foi ainda mais difícil do que o original, estava já ficando um pouco de saco cheio, mas gostei tanto do jogo que fiquei com vontade de experimentar os anteriores. Vi que estava para sair a nova versão de Dark Souls II para os consoles da nova geração. Timing excelente. Resolvi aproveitar e pegar o jogo.
ENTRA DARK SOULS
Minhas primeiras horas com Dark Souls II estão documentadas neste texto. Logo de cara ficou claro que ele era muito mais lento que Bloodborne e muito mais RPG também. Aliás, ele também era muito mais difícil.
Apesar de ter checkpoints (fogueiras) mais generosos que as lanternas de Bloodborne, eu estava tendo muitos problemas para ir de uma a outra. Simplesmente vinha inimigos demais ao mesmo tempo (pelo que li por aí, parece que a quantidade de inimigos foi aumentada em Scholar of the First Sin) e se vencer um por vez já era desafiador, quatro ou cinco era impossível.
Tentei passar correndo, o que funciona muito bem em Bloodborne, mas em Dark Souls II, os inimigos te perseguem para sempre. Ou seja, se você não matava eles, o que acontecia era que ia chamando mais inimigos e ia ter que encarar mais de um por vez.
Para deixar tudo ainda mais desesperador, as poucas armas decentes que eu tinha começaram a quebrar, e eu tinha que encontrar uma chave para o ferreiro poder consertá-las. Cheguei na segunda fogueira, onde tinha uma vendedora vendendo a tal chave. Comprei. Consertei as armas. Mas empaquei de vez nesse checkpoint. Eu sinceramente achei que não conseguiria mais passar daí, e então resolvi escrever aquela matéria enquanto ainda estávamos próximos do lançamento.
Como disse lá, eu não tinha desistido ainda, mas estava um tanto frustrado de não conseguir ter progresso no jogo. Com um pouco mais de insistência, no entanto, consegui chegar ao primeiro chefe, o Last Giant e o venci. Eu tinha oficialmente desempacado.
AGORA VAI!
A partir daí, meu progresso foi mais constante. Lento, sim, porém constante. Eu ainda acho que é uma decisão de design bastante questionável você cortar a energia pela metade quando o jogador morre, e só dar para recuperar usando um item consumível, e como logo você morria outra vez, logo estava pela metade de novo. O jeito era se acostumar com a pouca energia.
Algumas horas depois, encontrei um anel que limitava a perda de energia na morte. Eu não perdia mais metade, agora perdia uns 25%. Foi o melhor item que encontrei no jogo inteiro, pois me deu um grande boost de energia e eu não o desequipei mais até o fim.
Uma coisa que torna os jogos da From únicos, e isso se aplica até mais a Dark Souls do que ao Bloodborne, é que o mundo é grande, e é aberto. Você tem uma grande quantidade de caminhos a seguir, e o jogo não te dá objetivo nenhum. Em ambos os jogos, você tem um objetivo: encontrar e caçar chefes. Vá fazer isso. Seu caminho é por sua conta.
Eu não gostaria que isso virasse uma tendência, mas é uma experiência diferente jogar assim. Não existem caminhos errados, mas existem alguns mais vantajosos. Seu caminho pode te levar direto para o chefe, sem encontrar fogueira nenhuma por muito tempo. Ou então você pode encontrar um monte de fogueiras. Às vezes, passagens totalmente secretas te levam a áreas totalmente novas, com chefes opcionais.
Enquanto jogava, eu às vezes consultava um guia e fiquei realmente surpreso ao constatar que tinha um monte de áreas e chefes que eu não tinha encontrado. Em determinado momento, resolvi parar meu progresso e ir para todas essas áreas opcionais.
Eu acho um tanto estranho a desenvolvedora se esforçar em fazer cenários e inimigos que grande parte dos jogadores não verão, mas talvez isso seja um dos pontos que torna os jogos da From tão cults. Eles recompensam a sua exploração com novas áreas.
Os cenários em geral são bem legais, embora eu tenha sentido falta de áreas mais abertas. Quase o jogo inteiro acontece dentro de construções, e é bem mais interessante um lugar como Majula, por exemplo, onde você vê o céu, o mar e uma paisagem belíssima.
JOGADORES DEVEM SE AJUDAR
Uma coisa que é muito legal é a forma que os jogadores podem se ajudar. Ao longo de toda a jogatina, você vai encontrar mensagens de pessoas que passaram por ali antes de você. Várias delas são realmente úteis, mostrando localizações de itens e, por Odin, até de fogueiras escondidas. Nada é mais satisfatório do que estar jogando por muito tempo, com um monte de experiência acumulada (você perde tudo quando morre) e encontrar uma mensagem “bonfire ahead”.
Algumas mensagens são piadinhas, outras são troladas, tipo te falando para pular num abismo para encontrar uma passagem secreta. O engraçado é que algumas são como pichações, colocadas em lugares de difícil acesso, só para mostrar que o cara conseguiu chegar lá. Até onde sei, esse tipo de interação é única dos jogos da From, e é muito legal.
Eu logo descobri também que um dos meus itens deixava eu colocar um sinal no chão, que permitia que outros jogadores me chamassem para ajudar. Eu coloquei um e fui chamado imediatamente. Só não entendia porque eu não via símbolo nenhum no meu jogo para chamar outras pessoas.
Depois de um tempo, descobri: você precisa estar como humano para chamar outros. Como eu estava sempre como zumbi (com energia cortada), eu não via nenhum. Descobri isso exatamente quando empaquei num chefe. Usei uma effigy (o item que restaura a humanidade – e a energia) e vi um monte de sinais de jogadores dispostos a ajudar.
Chamei alguns e aquele chefe que me deu tanto trabalho foi humilhado pelo meu grupo. Simplesmente ter outra pessoa no qual o chefe pode focar seus ataques, te dando tempo para recuar e usar uma poção de cura, faz toda a diferença. A partir daí, eu comecei a usar a effigy sempre que precisava de ajuda em um chefe.
Ela era, no entanto, limitada aos chefes. Quando o chefe morria, os jogadores ajudantes voltam para seus mundos. É uma pena que não dê para realizar uma parceria mais duradoura, mas é muito divertido comemorar e interagir com seus “amigos de dose única” (se você sacou a referência, deixe um comentário) naqueles segundos entre a morte do chefe e a inevitável separação.
Em geral, é bem mais fácil encontrar companheiros em Dark Souls II do que foi em Bloodborne, onde eu só consegui jogar com outra pessoa uma vez.
Em determinado momento, eu empaquei no meu jogo. Tinha explorado todos os caminhos que encontrei e não sabia para onde ir. Resolvi colocar um sinal para ajudar outra pessoa e espairecer um pouco. Fui convocado, e segui o jogador em um caminho que não tinha visto, que nos levou até um chefe.
Eu já tinha entrado em outros jogos antes disso, mas sempre morria antes de chegar no chefe. Dessa vez, eu entrei no jogo do meu colega, ele me mostrou o caminho e, em troca, eu o ajudei a matar de primeira um chefe que eu mesmo não tinha visto ainda. Para minha surpresa, quando voltei para o meu mundo, tinha voltado a ser humano como recompensa, o que possibilitou que eu chamasse outros jogadores para me ajudar a matar o mesmo chefe. Foi muito legal.
NEM TUDO FOI LEGAL
A experiência em geral foi muito positiva. No entanto, tem algumas coisas que eu discordo da filosofia de design da From. Já falei que não gosto da energia cortada pela metade (o que não existe em Bloodborne), assim como não acho legal perder toda a experiência quando morre. Porém, essa insistência em deixar os jogadores aprenderem por conta própria tem sérios contratempos.
Por exemplo, em um dos DLCs (mais sobre eles em breve), você precisa usar um arco e flecha para ativar botões. Porém, o jogo não tem mira. Achei que eu tinha que mirar de olho, pela posição da tela, e até dava certo, mas eu perdia muitas flechas. Só foi por acaso, ao assistir a um guia para me desempacar, que vi que o cara estava usando uma mira. Para fazer a mira aparecer, eu precisava usar o arco com as duas mãos e apertar o L1. Eu nunca ia deduzir isso, e o jogo não te ensina algo que é tão básico e ao mesmo tempo tão contra-intuitivo.
Outra coisa que eu precisei de um guia para me ensinar é como usar magias. Eu já tinha achado um monte delas, mas não achava um espaço na tela em que você equipa os itens para equipá-los. Tive que procurar na internet, e só então vi que você precisava equipar nas fogueiras. Por que ser assim? Por que não equipar como qualquer outro item? E por que obrigar o jogador a consultar a internet para algo que deveria ser tão simples?
Tem um monte de outras coisas que eu também não saquei e não me animei de procurar online. Para que servem os covenants? Eu me juntei a vários deles, mas não vi diferença nenhuma, a não ser pelos troféus que ganhava quando descobria um novo. Tem também um monte de itens cuja descrição não deixava claro para que servia.
Os upgrades são caríssimos e fazem muito pouca diferença. Então eu acabei colocando a maior parte dos meus pontos em coisas como life e resistência, que eu sabia o que eram. Tinha um monte de outras características, como dexterity, cujo único efeito parecia ser me deixar utilizar armas de nível mais avançado. E eu não consegui descobrir para que servia e qual era a diferença entre inteligência e fé, apenas que ambos estavam relacionados de alguma forma a magias.
No entanto, como os upgrades são caros e as magias que eu consegui usar (as de fogo, que têm exigências menores) são fraquíssimas, não quis gastar minha experiência nessas características. O resultado é que meu personagem evoluiu como um burro infiel, mas com bastante energia e força. =]
O Bloodborne também tem algumas características que eu não sei para que serviam e que não upei em nenhum momento, porém, são bem menos opções e elas parecem mais úteis. Este é um dos pontos que deixam o Dark Souls muito mais RPG do que seu irmão mais novo. Além disso, você não precisa gastar experiência em coisas como a quantidade de equipamento que consegue carregar sem perder mobilidade, o que eu fazia em Dark Souls totalmente a contragosto, uma vez que sentia que era bem mais útil aumentar ainda mais minha barra de vida.
DLCS
Dark Souls II: Scholar of the First Sin traz incluso os três DLCs lançados para o jogo na geração passada. E por muito pouco eu não terminei o jogo sem vê-los. Eu até encontrei as entradas, portas trancadas misteriosas que apareceram em alguns locais, mas como você encontra portas trancadas o tempo todo em Dark Souls, nem pensei muito nelas.
Acontece que, para cada DLC, você tem que encontrar um item-chave que abre sua porta de entrada, e todos os três estão muito bem escondidos. Na versão anterior do jogo, quando você comprava o DLC, a chave aparecia no seu inventário e não vejo porque esconder um dos principais pontos de venda de Scholar of the First Sin. O jeito, de novo, foi procurar um guia para achar as chaves.
O primeiro deles é o Crown of the Sunken King, que nos leva a uma construção com inspiração nos templos astecas e maias. É o tal DLC que tem os botões ativados por flechas. O que me chamou a atenção é como a dificuldade subiu. O jogo já estava muito difícil antes e eu sofri muito para passar de áreas como Iron Keep e Shrine of Amana (foram as fases que eu mais demorei para passar), mas aqui ficou ainda mais difícil.
E se a fase em si já estava difícil, quando encontrei os chefes então, pelamordedeus. Tomei um coro feio e, como me acostumei a fazer até o momento, usei uma effigy para chamar alguns colegas. Porém, até mesmo com outros jogadores eu não conseguia passar. Eu sinceramente achei que não conseguiria matar o dragão que encerra o DLC, mas depois de muita insistência, e ajuda de um grupo bem eficiente, consegui.
A essa altura, eu já tinha jogado Bloodborne duas vezes até o fim e somava mais de 50 horas de jogo no Dark Souls II, então desnecessário dizer que estava um tanto cansado, querendo terminar logo. Assim, encontrar tanta dificuldade nos DLCs foi algo que me desanimou bastante.
O segundo DLC, Crown of the Old Iron King, foi mais ou menos o mesmo esquema, mas em um cenário muito legal, e também muito difícil. Ao contrário do anterior, eu não encontrei os três chefes, apenas um, o principal, que me dava a coroa.
Quando o matei, dei-me por satisfeito e fui até o terceiro, Crown of the Ivory King. Dos três, este foi o que eu mais gostei, muito porque o cenário é lindíssimo, e é aberto, permitindo que você veja a cidade inteira. Além disso, embora tenha morrido bastante, não travei em nenhum checkpoint específico, o que possibilitou um progresso mais constante e mais divertido.
O primeiro chefe, o tigre Aava deu bastante trabalho, mas para o último, eu tinha formado um exército com três outros jogadores e um monte de NPCs (que você salva ao longo do DLC), então matamos o desgraçado sem muito trabalho.
Pegando as três coroas do DLC e encontrando uma outra coroa no jogo normal, você ganha um benefício que resolve o principal problema do jogo: você não perde mais sua humanidade, podendo jogar em cooperativo o tempo todo e ter sua energia sempre completa. Infelizmente, isto não é levado para o New Game Plus, e é dado tão tarde no jogo que nem faz muita diferença.
CHEGANDO AO FIM
Faltavam apenas os últimos chefes e lá fui eu com um exército de três amigos de dose única. Depois dos chefes do DLC, no entanto, os últimos da história normal (uma dupla de soldados e uma bruxa chamada Nashandra) foram muito fáceis e matamos de primeira.
O último chefe secreto e exclusivo dessa versão, o Aldia, não apareceu para mim. Provavelmente eu não cumpri algum requisito obtuso que o jogo não te fala qual é para ele aparecer.
Eu escrevi recentemente um artigo para o Kotaku sobre a duração dos games. Dark Souls II é um caso, talvez o primeiro que eu tenha visto, em que eu senti que o jogo é longo demais.
Lembre-se, eu joguei Bloodborne duas vezes, e daí fui direto para o Dark Souls II, onde fiz, além do jogo, todos os DLCs (só de Dark Souls II foram mais de 60 horas). Por isso, as últimas horas foram um tanto arrastadas.
Ao longo desse tempo que eu passei em Dark Souls II, eu o intercalei com outros jogos. Neste quase um mês, eu joguei e resenhei Mortal Kombat X e Assassin’s Creed Chronicles: China, além de ter jogado Shovel Knight até o fim (a resenha desse é do Daniel). E digo isso só para você ter uma base de comparação da duração de Dark Souls II com outros jogos.
No geral, no entanto, foi o jogo mais longo e o mais difícil que eu já joguei, e a sensação de terminá-lo foi bem semelhante à que normalmente tenho quando consigo platinar um game, ou seja, senti que foi realmente um feito para meu currículo gamer. Foi uma experiência em geral bastante positiva e muito diferente de qualquer outro jogo. O que normalmente é uma diversão descompromissada, tanto nos casos de Bloodborne quanto de Dark Souls tomaram conta de praticamente todo meu tempo livre durante mais de um mês. Quando não estava jogando, eu queria estar jogando, ou então estava pensando nos jogos.
Como você já pode imaginar, foi um tanto exaustivo, mas valeu a pena. Eu gostei de ter conhecido o trabalho da From, o suficiente para querer voltar ao Demon’s Souls um dia. Um dia um tanto distante, no entanto, porque para o futuro visível eu preciso voltar a jogar coisas mais leves e relaxantes. =]
CURIOSIDADES:
– Na matéria anterior sobre Dark Souls II, todas as imagens eram do início do jogo. Desta vez, como demonstração de pintudice, todas que estão na galeria são das últimas horas e dos DLCs.
– Publiquei algumas crônicas no Kotaku, mas aqui no DELFOS fazia um tempo que não publicava nada do tipo.
– Depois de terminar Dark Souls II, eu resolvi voltar e fazer um chalice dungeon no Bloodborne para comparar, e tomei uma surra. Eu desacostumei com o combate mais rápido e, especialmente, me acostumei em me proteger atrás de escudos.