Com a Bola Toda

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Pelo trailer e sinopse, este filme parecia ter muito potencial por ter a proposta de mostrar a queimada pelo que ela é: “um esporte selvagem e de exclusão” segundo a definição dada no próprio filme. Gozado que eu sempre pensei isso de coisas como Karate ou Boxe (por favor, não venham me encher o saco dizendo que são feitos juramentos para que isso seja usado apenas em legítima defesa, nós dois sabemos que juramentos não significam nada hoje em dia), mas nunca sobre queimada. E têm toda razão. Poucas coisas assustam mais um indivíduo do sexo masculino do que uma bolada caprichada em suas partes íntimas. E isso é uma das piadas mais recorrentes no filme, pau a pau (acredita que escrevi essa expressão sem me ligar no trocadilho?) com as famosas (e quase tão doloridas quanto) boladas na cara.

Infelizmente, ao contrário da premissa inovadora, quando você lê uma sinopse da trama, a decepção é inevitável. Saca só: Peter La Fleur (Vince Vaughn) é um cara legal que tem uma academia decadente e deficitária. Por não poder arcar com suas dívidas, ele está em vias de perdê-la para seu vizinho White Goodman (Ben Stiller), dono de uma tremenda de uma academia, ou seja, é o vilão do filme. Para evitar a tragédia Peter e os membros de sua academia precisam levantar 50 mil dólares (ah, se fosse fácil assim conseguir esse dinheiro). E como fazer isso? Ora, se inscrevendo em um torneio de queimada, é claro. O problema é que nenhum deles sequer sabe como jogar queimada.

E aí? Já adivinhou o final do filme? Aposto que você já sabe quais vão ser os dois times que estarão na final e já tem uma boa idéia de como será a disputa. E digo mais. Você já viu esse filme antes com a única diferença de serem outros esportes e objetivos para se arrecadar os prêmios. De Karate Kid a Space Jam, esse é basicamente um subgênero de filmes hollywoodianos, assim como as comédias de troca de papéis que só esse ano gerou dois representantes, De Repente 30 e Sexta-Feira Muito Louca.

O press-release entregado na cabine deste filme (muito engraçado, por sinal) alardeia com orgulho que este vai entrar para a história como a primeira realização cinematográfica sobre queimada. Infelizmente, esse é o único motivo pelo qual ele vai entrar para a história. Pena mesmo, pois, exatamente como aconteceu com Garfield, Com a Bola Toda podia ser bem melhor caso tivesse um roteiro desenvolvido com mais cuidado,.

Mas o que importa mesmo é se ele é engraçado, certo? A resposta é sim. Não é tão engraçado como um Procurando Nemo, Corra que a Polícia Vem Aí ou os filmes de Monty Python mas sim, é engraçado e vale a pena ser assistido. Porém, esse tipo de filme é sempre mais divertido assistir na faixa em uma Sessão da Tarde ou algo do tipo do que gastar 16 reais para vê-lo no cinema. Enfim, se você não quiser esperar alguns anos até que ele passe na TV, vai fundo. Pelo menos algumas risadas você vai dar. E não saia até os créditos terminarem. O filme estréia no dia 22 de outubro.