Se tem algo que anima mais minha segunda-feira do que ir a uma cabine de um filme do Ashton Kutcher, com certeza seria ir à de uma comédia romântica com a Jennifer Aniston. Oh, o regozijo! É tanto que meu corpo mal consegue contê-lo!
Porém, seria errado dizer que este é um filme da eterna Rachel, pois é muito mais a história do afeto entre Jason Bateman e um cara, mais precisamente seu filho. Quê? Eu explico.
A Rachel Green Kassie Larson é uma senhora de meia idade que, após ser abandonada pelo Brad Pitt teme não arranjar alguém que queira engravidá-la enquanto seu corpo ainda aceita o desafio. Logo, ela conhece o Coruja e o convence a doar seu sêmen, mas não da forma legal. Pouco depois, seu melhor amigo, Jasão Bate-no-ômi, encontra o copinho de ingredientes do bonitão e, como qualquer cara em sua situação faria, começa a brincar com ele (!).
Claro, entra altas confusões e ele se vê obrigado a homenagear a amiga ali mesmo e depositar seus próprios ingredientes no copinho previamente usado. Sete anos depois, ele retoma o contato com a amiga, já com o filhote crescido, e se surpreende ao ver como o moleque se parece com ele. Mais altas confusões. Final feliz. Sobe créditos.
Ô, sinopse longa, hein? E pior que mesmo no filme demora muito para tudo se encaixar e esse início é bem chato. Felizmente, as coisas melhoram quando a relação pai e filho aparece e começa a ser desenvolvida, pois essa parte é muito cuti, até porque o moleque, em sua hipocondria e questionamentos, é muito engraçado e dá até vontade de apertar suas bochechas e enfiar o dedo nos seus olhos. A história também é diferente do padrão do gênero, o que é sempre bem vindo.
O lado ruim é que, para um filme que demora tanto para começar, ele termina de forma bem abrupta, dando a impressão que o roteirista não teve saco para fechar tudo direitinho. De uma hora para a outra, popa o bom e velho final feliz e sobem os créditos, sem maiores desenvolvimentos. Ficou bem deus ex machina.
Assim, temos aqui um filminho que não se envergonha desse título e que até valeria ser assistido se os ingressos para o cinema não custassem o equivalente a um baço no mercado negro. Mas, ei, pelo menos ele não me fez considerar o suicídio ritualístico.
E que os produtores de Hollywood não leiam isso, mas o dia que fizerem uma comédia romântica onde os protagonistas sejam Ashton Kutcher e Jennifer Aniston, será o dia em que eu abandonarei o ofício de crítico de cinema. E se enfiarem o Nicolas Cage ali no meio, como o melhor amigo atrapalhado do Ashton, não só me aposento, como me suicido, por mais que o pentagrama que desenhei com meu sangue pareça uma estrelinha rosa!