Cans – Beyond the Gates

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CDs solo normalmente são lançados por dois motivos: dar chance ao músico de compor algo em um estilo completamente diferente de sua banda habitual sem ser tachado de traidor do movimento ou apenas massagear o ego do cara. Este álbum solo do vocalista do Hammerfall, Joacim Cans, definitivamente não se encaixa no primeiro caso, pois a música contida aqui é 100% Heavy Metal. Quer saber se o segundo caso era o objetivo do vocalista? Bom, leia essa resenha e tire suas próprias conclusões.

Beyond The Gates traz um Heavy Metal Tradicional, um pouco mais pesado do que aquele feito pelo Hammerfall e é justamente aí que está o principal pecado do disco. Eu gosto da voz de Joacim, mas convenhamos, o cara não é nenhum King Diamond no quesito versatilidade. Se até na própria banda, a voz de Joacim parece não se encaixar por ser suave demais (para quem não conhece, o Hammerfall faz True Metal, mas o vocalista canta com um timbre muito semelhante aos de Metal Melódico), aqui essa discrepância fica ainda mais evidente. A música presente neste CD parece ter sido composta com um vocalista na linha do Ralf Scheepers (Primal Fear, ex-Gamma Ray) em mente. Não por acaso, algumas das músicas contam com créditos de composição para Tom Nauman, Mat Sinner e Henny Wolter, todos membros ou ex-membros do Primal Fear.

Aliás, esse é outro ponto que eu quero destacar. Nenhuma das músicas do álbum credita apenas Joacim como o compositor. Em todas elas existe alguma parceria do vocalista com outra pessoa, o que dá a impressão que a única contribuição de Cans para o CD foi na elaboração das letras que, cá entre nós, não são nada de especial. E em uma das músicas o cara nem participou. Ela se chama Forever Ends e é a balada do álbum. Seus créditos vão para Waters/Murphy que, embora não conste no encarte nenhuma informação mais completa a respeito, tratam-se de Jeff Waters e Curran Murphy, ambos do Annihilator. O encarte também deixa a desejar, pois além das letras, traz apenas várias fotos de Cans em diversas posições. Narcisismo, talvez? Apenas Joacim pode dizer.

Destaques? A capa. O desenho que a ilustra (de autoria de Sam Didier) é muito legal e lembra até Caverna do Dragão. De resto é um CD bem regular. Com riffs legais e vocais certinhos, Beyond The Gates é um álbum que dificilmente incomodaria alguém que gosta de Heavy Metal. Por outro lado, ele dificilmente suscitará qualquer reação maior do que um pezinho balançando ao ritmo da música.

Curiosidade: se a introdução da música Garden Of Evil não for um plágio de Wrathchild do Iron Maiden, alguém precisa me explicar o que é plágio.

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