Cafajestadas Delfianas – Parte II: O Retorno

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Continuando nossa saga de surubas e intrigas, vamos à segunda parte das Cafajestadas Delfianas. Desta vez, iremos analisar os requisitos para ser digno do nobre título de cafajeste. Pois é, se você acha que ser cafajeste é simplesmente sair com uma menina e não ligar no dia seguinte, você está delfianamente enganado. Isso não faz de você um cafajeste.

O que, na verdade, qualifica o cafajeste, além do dom natural que nasce com ele, é o desenvolvimento das três principais características que são inerentes a todos, sem exceção: 1.º Sagacidade; 2.º Noções de improviso (Não vamos pensar em solos de guitarra, por favor); 3.º Canastrice. Se o seu perfil possui essa “trinca”, parabéns! Você é um cafajeste! =)

Sim, meu caro delfonauta. Não é preciso nem beleza, nem tampouco dinheiro. Nem mesmo ser bom no tal do xaveco. Até porque está cheio de caras por aí (e isso é uma triste realidade) achando que são malandros e utilizando frases como os avassaladores jargões: “Você vem sempre aqui?”, “Doeu quando você caiu do céu, meu anjo?” e “Você acredita em amor à primeira vista?”. Esse tipo de pessoa pode ser considerado qualquer coisa (uma besta, um retardado etc), menos um cafajeste, que, repito, é um título de nobreza concedido apenas àqueles que portam o dom de fazer as mulheres felizes (ainda que temporariamente). E nenhuma mulher fica feliz quando escuta um grande despautério desses.

E é aí que entra a necessidade de ser sagaz, manhoso (não estou falando de frescura. Cafajeste é macho!), astuto, quase como o McGyver. Saber se virar bem nas situações mais inusitadas. Imagine só você, um cara bonitão, cheio de garbo e elegância, encostado no balcão de um bar, quando chega aquela baita morena, de olhos azuis, cheia de amor pra dar, e senta ao seu lado. Aí, você vai e me solta um desses petardos supracitados. Você acha que sua tentativa será frutífera? Claro que não. De que adiantou a beleza e o dinheiro? Não adiantou nada. Agora, se você tivesse usado de sua astúcia e dito uma coisa legal e inesperada (fruto de sua sagacidade), a coisa fluiria.

Passado esse protocolo introdutório, com a fluência da conversa, inevitavelmente, em determinado momento, a morena vai te colocar em saia justa. Aí, você pergunta o porquê. E eu respondo: porque mulheres adoram colocar o homem em saias justas, para ver como eles se saem. Pergunto-lhes: e agora? Estará tudo perdido? Oh, meu Deus! Claro que não. “Por que, Júlio? Por que não está tudo perdido?”. Ora, porque você possui as noções de improviso, meu amigo! Saberá se livrar bem de qualquer saia justa e ficará livre para se dedicar apenas à saia justa que a morena ao seu lado está vestindo! *.*

Como você pode perceber, o processo é mais simples do que parece. Basta saber o que está dizendo e como está se portando, pois não adianta vir com grosseria e malandragem. Tem que ter classe! E não me venha com aquele papo “aurélico” (em referência ao dicionário) de que os cafajestes são desclassificados e sem consideração social, porque todo mundo sabe que isso é mentira e eu não vou nem entrar novamente nesse mérito. O cafajeste é um cara classudo e ponto final! Humpf !

Para completar a “tríade cafajéstica”, você precisa ser portador da Canastrice. E é aí, justamente nesse ponto, que os homens são separados das crianças, o joio é separado do trigo, enfim, o cafajeste é separado do homem comum (ou do retardado que pergunta o telefone do cachorrinho). A canastrice, talvez, seja a característica mais importante na constituição da personalidade do cafajeste. Talvez a canastrice seja o dom da cafajestagem em sua mais pura e cristalina forma. Ao contrário das duas outras características apontadas, essa não pode ser aprendida ou adquirida. Ela nasce com você. O máximo que você conseguirá fazer é desenvolvê-la melhor durante a sua vida. Mas isso também depende do que o ser humano portador desse poder quer ser (um bochecha rosada, um retardado, um cafajeste etc). A canastrice incorpora todas as qualidades que o cafajeste tem: o olhar, a pegada, o jeito de observar e até mesmo o seu cheiro, entre muitas outras coisas. Para resumir, é ela que vai determinar, por fim, se você vai se dar bem ou não em suas empreitadas.

Existem pessoas que têm o dom, mas o deixam adormecido por não terem coragem de controlá-lo. Mas isso é uma história para outro texto. Vamos voltar à nossa morena de saia justa. *.*

Após demonstrar sua sagacidade e improvisar quando foi necessário, vem a hora do abate, que é quando você já afastou todos os obstáculos e precisa, agora, convencê-la de que dá conta do recado. É aí que a canastrice entra. Como se fosse uma força divina, ela impulsiona a despertar o sedutor que há em você. Quando isso acontece, nem mesmo são necessárias mais palavras. Basta saber como olhar, o que fazer, onde fazer e quando fazer. Infelizmente, isso não pode ser dito, nem ensinado (como já falei antes). É necessário portar o dom. =/

Com tudo isso, a conquista da morena (agora, uma mulher feliz, graças a você!) está garantida e você foi, mais uma vez, vitorioso em sua campanha. Agora, você me fala: “Pô! Pra fazer isso, não precisa ser cafajeste!”. E eu respondo: “Não. Mas só o cafajeste faz isso com classe e fatura todas as vezes. Por isso que ele é um cafajeste e não apenas um pistoleiro qualquer!”. =)

E termina por aqui mais uma Cafajestada Delfiana! Novamente, ponho-me à disposição para e-mails, comentários, xingamentos, telefones de minas gatas (e apenas gatas), elogios e, principalmente, risadas por conta desses textos, afinal, é para isso que eles existem. Abraço aos delfonautas machos e um apertão no bumbum das delfonautas fêmeas!

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