O que é um cafajeste? Segundo o dicionário, “cafajeste”, do latim cafajestus (brincadeirinha) é um indivíduo desclassificado. Checando o termo “desclassificado”, encontraremos o seguinte significado: indigno de consideração social. Trocando em miúdos, “cafajeste” nada mais é do que um sujeito indigno de consideração social. Mas será que esse é realmente o seu significado?
Para começar, se procurarmos um pouco mais em nosso glorioso “Pai dos Burros”, podemos verificar a existência do termo “cafajestada”, que nada mais é do que a ação do cafajeste (segundo o próprio dicionário). Desta forma, faço-lhes a seguinte pergunta: como pode um indivíduo sem consideração social ter tido a consideração de lhe criarem uma ação própria? Convenhamos, caro leitor, que um adjetivo precisa ser assaz tremendão (ordens do Corrales) para se ter uma ação própria.
Vamos tomar como exemplo um cara legal que, aliás, poderia ser considerado um dos milhares de antônimos do cafajeste. Um cara legal não faz uma “legalizada” ou uma “legandada”. Ele simplesmente faz uma série de ações genéricas que o classificam dessa forma. Isso, de certa forma, o faz ser um adjetivo genérico e de pouco impacto, talvez até indigno de consideração social. De certo modo, seria até covardia comparar o seu impacto com o da palavra “cafajeste”.
Deixando um pouco de lado a palavra cafajeste, vamos falar um pouco do indivíduo em si. O próprio cafajeste. Aquele ser desclassificado e indigno de consideração social. Novamente, trago como exemplo mais um antônimo do dito cujo, o “carinhoso”, que é aquele indivíduo meigo, de covinhas e bochechas rosadas. Quando alguém (uma mulher) toma ciência de um carinhoso no recinto, isso não acrescentará nada de novo em sua vida, pois ela sem dúvida já possui um melhor amigo que é doido para pegá-la e que ela nunca vai deixar, sob a desculpa de que é seu melhor amigo e que não quer estragar essa amizade tão especial. Entretanto, a ciência de um cafajeste no recinto causa um verdadeiro rebuliço. Primeiro, porque só é considerado cafajeste o cara que, teoricamente, já sacaneou (não vamos falar em crimes, afinal, todos sabem do que estamos falando) alguma mulher, logo, se o fez, é porque teve competência para fazê-la se sujeitar a tal fato. Segundo, porque isso desperta a curiosidade das pessoas (leia-se “das mulheres”) em saber o motivo de tal fato ter marcado tanto a pessoa que apontou o cafajeste. Partindo-se deste princípio, fica vencido o argumento de que o cafajeste não merece consideração social. Se não merecesse, com certeza não teria tamanha atenção. Fato: nenhuma mulher quer transar com um “carinhoso”, elas querem mesmo é um cafajeste na cama.
Passamos a verificar então, o caráter do cafajeste. Ele não é, de forma alguma, uma má pessoa. Ele é apenas uma pessoa incompreendida. Ele tem tudo que as mulheres querem e procuram em um homem. É inteligente (um burro não consegue ser cafajeste), é carinhoso, atencioso (ambos por tempo determinado – até levar a garota para a cama – mas não deixa de ser) e é bonito (o fato de ser cafajeste o deixa bonito). Em outras palavras, ele é um indivíduo especial. Um ser portador de um dom único: o de fazer as mulheres felizes, mesmo que por pouco tempo. Todos os homens se perguntam do que as mulheres gostam e tentam entendê-las. Apenas os cafajestes sabem essas respostas.
Por tudo o que foi exposto, voltando à análise da palavra “cafajeste”, percebemos que seu verdadeiro significado deveria ser: “AQUELE HOMEM QUE TODAS AS MULHERES QUEREM TER E QUE TODOS OS HOMENS GOSTARIAM DE SER”. Indo mais além, a “cafajestada” seria algo que fizesse todas as pessoas mais felizes (com exceção de quem tem inveja dos cafajestes, claro), afinal, toda mulher infeliz por causa de um cafajeste já foi feliz por causa dele.
Por ser um título de nobreza extremamente vasto e possuir diversas classificações, e, por ser o DELFOS um site declaradamente nerd, logicamente a espécie de cafajeste que mais será abordada aqui será a que eu e o Corrales (na verdade, a idéia foi dele), em um de nossos intermináveis bate-papos no MSN, tomamos a liberdade de batizar como “cafanerds” (sim, os nerds também podem ser cafajestes). Este termo será destrinchado nos próximos números dessa coluna, mas já fica aqui determinado o seu nascimento oficial.
Como esse é um texto introdutório para uma nova coluna delfiana, não irei, por ora, me aprofundar em mais características do cafajeste, mantendo-me apenas nessas principais já abordadas, até porque os leitores precisam se acostumar com essa idéia e digerí-la aos poucos, afinal de contas, ela possui um grande potencial de polêmica. E que fique bem claro que não deve haver confusão em cima deste tema. A única razão de sua existência é divertir os leitores, sem intenção de ofensa a ninguém e qualquer semelhança com a realidade é “mera coincidência”. E, só para constar, até segunda ordem essa coluna será publicada aos domingos, quinzenalmente.
Evidentemente, este texto fica aberto a opiniões e comentários dos amigos delfonautas. Estou preparado para todos os tipos de xingamentos e retaliações. Mas também estou ansioso para ver comentários de pessoas que tenham lido e dado algumas risadas sobre o que foi escrito aqui e será escrito no futuro. Aceito qualquer tipo de sugestões e idéias para serem abordadas na coluna. E sinta-se livre para me mandar e-mails. Um grande abraço aos caras e um tapinha na bunda das minas! Afinal, tenho que começar a criar, desde já, minha fama de grande cafajeste delfiano.
PS: O Gato de Botas vai ser o mascote da trilogia introdutória das Cafajestadas Delfianas, mas depois disso, vamos variar. Cada número da coluna vai ter um novo cafajeste ilustrando-a. Imagino que você não tenha entendido porque escolhemos o personagem, ainda mais com seu famoso olhar fofinho. Pois eu explico. Ele é o cafajeste em maior evidência no momento, visto que o último filme do Shrek foi lançado há pouco tempo nos cinemas tupiniquins. Aí, você deve estar se perguntando: “Mas por que ele é um cafajeste?”. Eu respondo: Em primeiro lugar, porque ele é latino (alguém aí lembra dos amantes latinos?); em segundo lugar, porque esse olhar 43 dele aí é uma típica tática de cafajeste; e, por último, ele é interpretado por ninguém menos que Antonio Banderas, o grande ícone canastrão do mundo cinematográfico!