Acredita que eu nunca tinha jogado Turok até este Turok 3? Sei lá, nunca fui um grande interessado por jogos de Nintendo 64. Achava o controle muito ruim e complicado, e praticamente só tinha jogado os clássicos da Nintendo, como Super Mario 64 e Star Fox 64, os dois que provavelmente foram meus preferidos. Turok e Goldeneye, para citar dois muito famosos, passaram batido.
Diante do meu relativamente recente apreço por boomer shooters, e minha enorme admiração pelo trabalho da Nightdive, resolvi aproveitar a oportunidade para cobrir este novo lançamento. Turok 3 está à venda de forma individual ou em pacote com os outros remasters da série. Pegue seu arco e flecha e junte-se a mim caçando uns dinossauros nesta análise Turok 3!
ANÁLISE TUROK 3 E A NIGHTDIVE
Originalmente lançado em 2000 exclusivamente para o Nintendo 64, Turok 3 continua aquela que na época era a principal série de FPS para consoles (Goldeneye só recebeu um jogo e Halo 1 só sairia em 2001). E já começa de forma bombástica, com um início que eu sinceramente não esperava.
Este relançamento é restaurado pelos tremendões da Nightdive. É a mesma galera que criou as versões modernas de Quake, ROTT e tantos outros FPS clássicos legalzudos. Os caras mandam simplesmente muito bem. Ao contrário de relançamentos que visam melhorar o visual, a Nightdive mantém uma experiência autêntica, que não é o mesmo jogo de outrora, mas é como nós nos lembramos deles.
Em outras palavras, os gráficos são como eram na nossa memória, quadradões e tal. Mas agora vêm em alta resolução. A performance também é melhorada. Mas o principal é a qualidade de vida, com saves, controles modernos e até som surround. São coisas que, individualmente, parecem pequenas. Mas tudo isso junto elimina totalmente os atritos naturais que você teria ao tentar jogar estes games em emuladores.
ANÁLISE TUROK 3: SHADOW OF OBLIVION
Sabe, eu sinceramente não esperava que Turok fosse assim tão gostoso. E não me refiro ao personagem, mas à jogabilidade. Os controles nesta nova versão estão uma delícia, assim como a velocidade e o gameplay como um todo.
Quanto ao level design, isso é algo que normalmente me deixa um tanto inseguro quando vou jogar um boomer shooter antigo. Para cada Doom e Quake que tinham um cuidado excepcional neste aspecto, temos um monte em que você ficava andando a esmo, sem saber para onde ir. Talvez este fosse o caso de Quake II, por exemplo, mas a Nightdive resolveu isso colocando um waypoint opcional.
O LEVEL DESIGN DE TUROK 3
E Quake II é a melhor analogia para Turok 3 para quem ainda não o jogou. As fases são conectadas e em muitos momentos você precisa avançar para outra tela, pegar um item e voltar para onde já passou. Não é especialmente complicado, mas eu travei em dois momentos. Um logo no início, pois eu não sabia que era possível subir em paredes extremamente íngremes. Outro, bem perto do final, só consegui avançar apelando para um guia online mesmo. O resto foi suave. Seria legal ter a muleta do waypoint, nem que fosse por desencargo de consciência.
Turok 3 tenta dar a sensação de um mundo contínuo, e é uma pena que a Nightdive não tenha conseguido resolver este quebra-cabeça aqui. Isso porque o jogo não tem telas de carregamento, nem nada do tipo, mas toda vez que você muda “de fase”, a tela dá uma piscada. Esta talvez seja a única decepção em um port que beira o sensacional.
Mas já que falamos disso, eu joguei as quatro horas de campanha de Turok 3 em duas sentadas. A primeira rodou lisinho que era uma delícia. A segunda teve pausas e quedas de framerate, cuja causa não consegui encontrar. Até reiniciei o Xbox, mas os engasgos continuaram acontecendo. Pensaria que pode ser algo que ainda está em otimização, uma vez que joguei semanas antes do lançamento, mas o estranho é que no dia anterior tudo rodou perfeitamente.
MUNDO CONTÍNUO, VIOLÊNCIA EXTREMA, DUAS CAMPANHAS
Como era moda no início dos anos 2000, Turok 3 tem duas campanhas complementares, dependendo do personagem escolhido (parece que tem dois personagens secretos também). A mina pula mais alto e usa uma garateia, enquanto o mano enxerga no escuro e usa sniper. Escolhi a moça porque jogar com ela parecia mais divertido.
As fases têm vários momentos específicos para a habilidade dela, e as cutscenes (que são totalmente animadas e faladas) costumam terminar com um “cê vai pra lá que eu vou pra cá”. Isso me faz pensar que as fases são pelo menos ligeiramente diferentes dependendo do personagem escolhido. Ainda não joguei as duas, mas pretendo fazê-lo um dia.
QUATRO HORAS ESPETACULARES
Com duração de apenas quatro horas (lembrando que fiz apenas uma das duas campanhas), Turok 3 parece um tanto curto. Eu certamente fiquei com a sensação de “ué, já?” quando os créditos rolaram. O lado positivo é que ele me estampou um sorriso durante toda sua curta duração. E é muito mais legal terminar um jogo de quatro horas feliz e satisfeito do que se obrigar a continuar uma campanha que já deu o que tinha que dar.
Turok 3 é o melhor da série? Sinceramente, não sei dizer neste momento. Mas certamente é bom o suficiente para eu querer ir atrás de todos os outros jogos. Pelo menos os de Nintendo 64 estão disponíveis nestes remasters delícia, mas a série ganhou outros games, para PS2 e PS3, que eu nunca joguei, e que devem ser inferiores aos originais. Mesmo assim, depois dessas quatro horas, agora posso me dizer um fã de Turok, e estou muito a fim de conhecer todos.
