Desde março, se não me engano, há rumores de que a Nintendo estava preparando uma coletânea dos jogos 3D do Super Mario. E, desde março, eu procuro por notícias e confirmações sobre isso, sempre esperando que um Nintendo Direct solte o sempre bem-vindo “está disponível agora”. Pois é, meu amigo. Apesar de 2020 ter sido o ano de grandes e excelentes jogos como The Last of Us Part 2Streets of Rage 4, o que eu mais esperei mesmo é este. Bem-vindo à nossa análise Super Mario 3D All-Stars.

ANÁLISE SUPER MARIO 3D ALL-STARS

Você deve se lembrar que, em 1993, a Nintendo lançou para o Super Nintendo uma coleção dos quatro jogos de plataforma do Mario existentes até então, chamada Super Mario All-Stars. Foi um dos primeiros relançamentos que eu vi acontecer, mas não era um simples relançamento dos jogos clássicos. Era um remake dos quatro jogos, trazendo a eles os belíssimos gráficos e sons de um jogo de Super NES, o que os equiparava a Super Mario World. Era lindo de ver!

Super Mario 3D All-Stars não traz o mesmo luxo e atenção. Nesses seis meses de boatos, tivemos muitas notícias que não se realizariam. Por exemplo, que Super Mario 64 teria sido totalmente refeito com o visual de Super Mario Odyssey. Não, Super Mario All-Stars é simplesmente um conjunto de versões emuladas dos jogos originais, levemente atualizadas.

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O menu pelo menos é bem bonitinho.

Ele sequer é uma coleção completa, como era Super Mario All-Stars. Temos aqui Super Mario 64, de Nintendo 64; Super Mario Sunshine, de Gamecube; e Super Mario Galaxy, de Wii. Super Mario Galaxy 2 foi ignorado (apesar dos boatos dizerem que ele estaria disponível via DLC pago, nada foi anunciado a respeito) e Super Mario 3D World vai ser relançado em janeiro. Sem novidades sobre Super Mario 3D Land. A versão de Super Mario 64 lançada para o DS, por exemplo, ganhou um tratamento mais especial do que essa, com novos personagens jogáveis e mais conteúdo. Seria legal que esta trouxesse esses extras como um opcional.

Além disso, temos a trilha sonora dos três jogos, o que é um extra legal, mas é uma pena que ele não permita exportar as músicas para MP3. Assim, seria possível ouvi-las onde você quisesse, sem precisar ficar com o Switch ligado.

Para completar o banho de água fria, Super Mario All-Stars já é lançado tendo data para morrer: o jogo não poderá mais ser adquirido após 31 de março de 2021. Isso é uma decisão tão estranha que fez com que eu até escrevesse para a Nintendo para confirmar se tinha entendido corretamente.

MELHORIAS

O que diferencia os jogos presentes aqui dos originais é o mínimo essencial. Menus foram refeitos para ficarem nítidos em TVs de alta resolução e os jogos rodam em resoluções superiores. Apesar disso, Super Mario 64 não roda em 1080, e apenas Super Mario Galaxy roda em 60 fps. É bem curioso que uma coletânea com jogos tão antigos não tenha sido capaz de atingir o básico 1080/60 em todos os jogos.

Os controles também foram bastante adaptados, em especial os de Super Mario Galaxy. Por ser um jogo de Wii, ele exigia muito movimento. O ataque principal do herói, por exemplo, era realizado chacoalhando o controle. Você ainda pode fazer isso, mas agora pode simplesmente apertar o Y.

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Mesmo sem melhorias gráficas, Super Mario Galaxy é lindão.

O jogo foi otimizado para ser jogado na TV, via joy-cons. É possível jogar com o Pro Controller ou em portátil, mas como é necessário usar o controle como um mouse, passando em cima de coisinhas para coletá-las, a coisa não funciona tão bem. No modo portátil, você deve fazer isso usando a touch screen, o que deixa a experiência bem desconfortável. Afinal, exige que você movimente a sua mão entre o controle e a tela a todo momento.

Alguns minigames, como aquele em que você usa teias como estilingue, até funcionam melhor com a touch screen, mas em geral eu não recomendaria jogar Super Mario Galaxy no modo portátil. Dá para jogar, e se você só tem um Switch Lite, vai se divertir, mas a experiência simplesmente não é tão boa.

O FUTURO

Eu estou planejando mais alguns textos especiais sobre essa coletânea. Hoje o foco é na coletânea em si. E como coletânea, não dá para negar, ela é um tanto decepcionante. A ausência de Super Mario Galaxy 2 é estranha e inexplicável. O mesmo pode ser dito de o jogo parar de ser vendido em seis meses. Por fim, é triste pensarmos que personagens muito menos importantes para os games do que o Mario, como Crash ou Spyro, ganharam coletâneas muito mais luxuosas e feitas com muito mais carinho. O encanador simplesmente merecia mais do que recebeu.

Dito isso, apesar de a coletânea em si ser totalmente sem firulas, os jogos que ela traz são ótimos. Eu ainda não joguei Sunshine até o fim, mas Super Mario 64 é um dos jogos mais importantes da história e Super Mario Galaxy é considerado um dos melhores games do herói. Assim, apesar da nota aí embaixo não ser tão alta quanto eu esperava, ela se refere ao tratamento dado pela coletânea aos jogos, não aos jogos em si. De qualquer forma, é bem fácil recomendar a compra.

IT’S ME, MARIO!

Modo história de Super Mario Maker 2 é assaz tremendão

Super Mario Galaxy 2

Super Mario Galaxy

New Super Mario Bros.