Shantae: Risky’s Revenge é o segundo jogo da gênia Shantae. Ele foi lançado em 2010 para o DSi, e depois portado para outras máquinas. Esta edição Director’s Cut, da qual falaremos hoje, é uma versão melhorada lançada em 2015 para o PS4 e Steam, e que chegou agora, em outubro de 2020, ao Xbox One e ao Switch.

Na verdade, quando falamos de “versões do diretor”, essa não é tão turbinada assim. Tem melhorias de navegação, os personagens aparecem em suas versões HD quando estão conversando, e há um modo que aumenta sua mana e diminui sua vida, destravável depois de terminar pela primeira vez. Porém, foi a minha primeira viagem por esta clássica aventura da Shantae, então falaremos do jogo com este foco.

ANÁLISE SHANTAE RISKY’S REVENGE

Esta é uma verdadeira continuação tardia. Você provavelmente conhece a Shantae dos muitos jogos dela lançados nos últimos anos, mas entre a primeira aventura e esta passaram-se oito longos anos. Para você ter uma ideia, o primeirão saiu em 2002 para o Gameboy Color, e mais nada saiu até Risky’s Revenge.

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Apesar disso, é curioso ver o quanto dos personagens e habilidades marcantes da série, já estavam presentes aqui. Muita coisa mesmo de Shantae and the Seven Sirens, o lançamento mais recente, surgiu neste ou no primeiro jogo.

Aqui, por exemplo, temos a primeira aparição do fofinho Squid Baron, que assume até a postura de chefão!

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Até com cara de bravo o Squid Baron é fofinho.

Por um lado, isso mostra que a série tem uma consistência. Por outro, não sobram muitas novidades para quem já jogou um dos títulos.

VISUAL FANTÁSTICO

O que me chamou a atenção foi o visual. Shantae sempre foi lindo, mas arrisco dizer que esse visual pixelado altamente detalhado acabou me agradando mais do que os belos desenhos feitos a mão de Seven Sirens. Sei lá, minha cabeça imediatamente liga esse tipo de visual ao Neo Geo e quem viveu a época deve se lembrar que este era um console altamente desejado e bem inalcançável, dado seu preço altíssimo. Assim, mesmo o PS4 sendo muito mais avançado, uma parte vestigial do meu cérebro ainda considera o Neo Geo o máximo dos videogames.

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É bonito em screenshots, mas fica ainda mais em movimento.

Além dos personagens e cenários serem absurdamente lindos, a animação também se destaca e, nesse ponto, a coisa é bem mais detalhada do que o que costumávamos ver nos jogos de Neo Geo. E sim, eu sei que para quem conhece a WayForward, falar da beleza de seus jogos é chover no molhado, mas é realmente impressionante a habilidade de seus artistas.

LEVEL DESIGN NEM TANTO

Risky’s Revenge é um típico jogo da Shantae. É lindo e impressiona, mas é tão repetitivo que acaba enjoando muito antes de terminar. Eu não joguei toda a série, mas pelo menos todos os que joguei têm esse problema.

Risky’s Revenge é um metroidvania mais tradicional, assim como Seven Sirens. Porém, ele exige muito mais backtracking do que o que é aceitável.

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Especialmente depois que você destrava a sereia.

Um metroidvania tremendão dá a opção de voltar para áreas já visitadas com novas habilidades para buscar upgrades. Um bom metroidvania exige que você volte, mas os novos poderes abrem novas fases dentro das áreas já exploradas. Shantae exige que você revisite todas as suas áreas a cada novo poder adquirido, mas normalmente isso não envolve mais do que quebrar uma pedra e pegar outro upgrade.

Basicamente, são apenas três áreas grandes, e você explora quase todo o mapa nas duas primeiras horas. Não seria um problema se o jogo terminasse mais ou menos aí. Seria enxuto, como Gato Roboto, mas muito divertido – e bem mais bonito. O problema é que a partir daí rola cerca de três horas de vai e volta até você liberar o dungeon final. Você vai pra uma ponta, abre um baú, pega um upgrade e vai usar esse upgrade na outra ponta pra pegar um item. E isso enjoa rápido.

MELHOR SER CURTO DO QUE REPETITIVO

Curiosamente, segundo o How Long To BeatRisky’s Revenge é o Shantae mais curto. Mas isso não o torna menos repetitivo. A verdade é que todos os que joguei sofrem desse problema, o que é uma pena.

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E olha que eu sempre gosto quando tem macacos nos jogos.

Se você já jogou um Shantae antes, Risky’s Revenge é bem mais do mesmo. Com exceção do visual, ele é bem parecido com Seven Sirens, por exemplo. Assim, é fácil saber se você vai gostar. Se nunca jogou e é fã de metroidvanias, vale experimentar, pois a série Shantae é uma das mais belas do gênero. Mas é também uma das mais repetitivas.

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