Na minha análise de Raji, eu comentei quão poucos hack and slashes tivemos nessa geração. Curiosamente, alguns dias depois teríamos outro. E agora é hora da nossa análise Samurai Jack: Battle Through Time.
ANÁLISE SAMURAI JACK: BATTLE THROUGH TIME
Samurai Jack: Battle Through Time é um hack and slash baseado no popular desenho de Genndy Tartakovsky. Eu sei que o programa é bastante popular, e provavelmente eu até gostaria dele, mas admito que nunca fui atrás de assistir. Assim, aqui vou analisá-lo como qualquer outro game.
Curiosamente, ele se encaixa bem na narrativa do desenho. Pelo que li, tem um episódio em que o Jack entra em um portal, e a história continua a partir do momento que ele consegue escapar. Battle Through Time conta o que rolou neste espaço de tempo, durante a viagem de Jack através de tempos alternativos dentro do portal.
Dito isso, a história não é grande coisa, sendo só uma desculpa para a ação.
PORRADA
Este é um jogo de ação em 3D, gênero praticamente extinto hoje em dia. São fases lineares, focadas em combate, com uma pá de armas e golpes especiais. No final de cada fase, claro, tem um chefe. Você provavelmente já jogou jogos assim, só que talvez faça um bom tempo que não tenha tido oportunidade de curtir um lançamento no gênero.
O Samurai Jack pode usar várias armas. A espada mágica e os punhos são as principais, e as únicas que são ilimitadas. Ao longo da campanha, você vai encontrar lanças, martelos e outras armas brancas que são mais fortes e lentas ou mais fracas e rápidas. Essas quebram após algum tempo de uso, mas isso nunca é uma questão. Primeiro, porque elas duram bastante. Segundo, porque é fácil e barato consertá-las. Eu consegui jogar a campanha inteira sem quebrar nenhuma arma.
Uma coisa interessante é que todas são úteis. Cada tipo de inimigo é fraco a um tipo de arma. Assim, até mesmo os punhos, que a gente está treinado a ignorar, considerando uma última defesa, aqui são úteis e poderosos.
Tem também ataques à distância. Shurikens, arcos e até metralhadoras, todas usam munição e também têm alto valor estratégico.
Uma coisa bacana é que, ocasionalmente a câmera fica fixa, efetivamente transformando a ação em um sidescroller. Isso acrescenta uma bem-vinda variação e eu, particularmente, gosto muito desse tipo de truquinho de câmera.
VAMOS COMPARAR?
Samurai Jack: Battle Through Time me pareceu uma mistura de DMC com Ninja Gaiden 2. A sensação de jogar foi tão parecida que ocasionalmente minha memória muscular fazia com que eu tentasse usar habilidades que não existem aqui (como um dash no meio do pulo). Porém, não pense que a qualidade é comparável. Ambos esses jogos são muito superiores a Battle Through Time.
Ele usa até aquele estilo de corrida originado em Turtles In Time, e depois reutilizado em Devil May Cry, de que a velocidade da sua movimentação aumenta depois de alguns segundos. Particularmente, eu odeio isso, e no próprio Devil May Cry é um upgrade que eu nunca compro. Aqui, no entanto, não é um upgrade, é como o Jack se movimenta desde o início.
Apesar de ter um visual 3D tradicional de games, o jogo segue o estilo do desenho animado. Assim, mesmo ele não sendo grande coisa em gráficos, ele tem estilo. Os personagens são simpáticos, as cutscenes são estilosas, e os personagens são dublados (em inglês) pelos mesmos atores do desenho.
Curiosamente, embora todas as cutscenes sejam animadas e faladas, quando você encontra um NPC no meio de uma fase, os diálogos são apenas escritos.
SAMURAIS NO TEMPO
Battle Through Time definitivamente não é um grande jogo. A única coisa que o torna superior a um jogo nada é quão carente estamos de jogos de ação deste estilo. Assim, alguém como eu, que adora o gênero e não tem nada nessa linha para jogar, pode acabar comprando só para aliviar a vontade, mesmo não sendo algo especialmente empolgante.
Fãs de Samurai Jack talvez acabem gostando mais do que eu. Para mim, acabou sendo apenas umas horas de diversão. Quase um fast food. Gostoso enquanto dura, mas você fica com fome logo em seguida.